
Segunda-feira, 16 de Maio, 2022
O centro pós-colheita em Santo Antão, gerido pelo Ministério da Agricultura e Ambiente, tem uma dívida para com a Empresa de Electricidade e Água (Electra) de 10.700 contos, contraída somente nos primeiros dois anos de funcionamento.
Esta informação foi avançada pelo delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente no Porto Novo, Joel Barros, para ilustrar os elevados custos de funcionamento deste centro, construído em 2010, mas que começou a funcionar em 2013.
Nos primeiros dois anos de funcionamento (2013 e 2014) o centro pós-colheita, que se situa no Porto Novo, gastou quase 11 mil contos em energia eléctrica, que obrigou o Ministério da Agricultura e Ambiente a decidir, a partir de 2015, pela compra de um gerador para assegurar o funcionamento deste centro, sobretudo, na pesagem dos produtos.
Joel Barros disse que a dívida com a Electra continua por saldar, negando, por outro lado, a acusação dos deputados do PAICV (oposição) eleitos por Santo Antão de que este espaço tem estado em “processo progressivo de desmantelamento”.
O centro pós-colheita, operacionalizado em 2013, conseguiu tratar nestes nove anos de funcionamento, 681 toneladas de produtos agrícolas colocados nos mercados turísticos do Sal e da Boa Vista, tendo atingido o pico de tratamento nos dois primeiros anos.
Isto se deve, segundo este responsável, ao facto de nesse período os produtores terem beneficiado gratuitamente de cartões (embalagem), graças a um stock disponibilizado no âmbito do financiamento do projecto, assegurado pelo programa Millennium Challenge Account (MCA).
A partir de 2015, a procura dos agricultores pelo centro para tratamento dos produtos começou a baixar porque tinham que arcar com os custos das embalagens (250 escudos/cartão), além de taxas portuárias que oneram o serviço, acabando por arrefecer o interesse dos utentes.
Dados disponibilizados por este centro, que se situa nos arredores da cidade do Porto Novo, a quase três quilómetros do porto local, mostram que entre 2013 e 2014 houve muita procura dos agricultores ao centro, mas a partir de 2015 houve uma redução contínua à volta de 14 toneladas por ano.
Esta infra-estrutura representou um investimento de 120 mil contos, financiados através do programa MCA no quadro de uma estratégia do então governo de contornar o embargo imposto desde 1984 aos produtos agrícolas de Santo Antão devido à praga dos mil-pés.
Inforpress
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