
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
O ministro do Mar disse hoje, na Praia, que se prevê para o próximo ano 160 cruzeiros a passarem por Cabo verde, contudo o sector da pesca continuará sendo marginal nos grandes portos do arquipélago, Praia e São Vicente.
Abraão Vicente, que é também ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, falava hoje, em conferência de imprensa para apresentação dos resultados do primeiro edital de resgate da música tradicional cabo-verdiana.
“Com abertura do terminal de cruzeiro em São Vicente nós prevemos no próximo ano 160 cruzeiros a passarem por Cabo Verde, portanto o sector da pesca continuará a ser marginal nos dois grandes portos, São Vicente e Praia”, concretizou Abraão Vicente, quando confrontado sobre o sector.
Daí que, destacou a importância de construir em São Vicente e na Praia duas infraestruturas de apoio à pesca, referindo ao Complexo de Pesca de Cova Inglesa, que serve a região Norte, mas, que segundo o governante, onera a região Sul quando os pescadores têm que depositar ou vender os seus pescados às três empresas do Norte.
“Então aqui muito mais que uma questão de regionalismo simplista, desencravar e ligar as regiões não só a partir dos transportes marítimos, através do sistema de frio congelamento que permita aos armadores da região sul do País pescar e depositar no centro logística que depois poderá levar o pescado ao norte, mas também há o plano B que deveria ser A, no processo de industrialização do sector das pescas, Santiago e a região sul do País terá que ter uma fábrica de transformação e conserva do pescado”, explicou.
O ministro enfatizou, por outro lado, que as pescas já contribuem com mais de 80 por cento (%) da exportação de Cabo Verde, no entanto acredita que esse valor deve-se ascender daquilo que Cabo Verde exporta, sendo que são produtos transformados do mar a partir de apenas três empresas duas em São Vicente e uma em São Nicolau.
Abraão Vicente reiterou ainda a “clara ausência” de infraestruturas de apoio em terra, a falta de infraestruturas de logística nomeadamente de frio, congelamento e produção de gelo, e uma ligação entre as comunidades piscatórias e os centros comerciais nomeadamente, Santa Catarina, Praia e São Vicente.
“Construímos um ‘hub’ de economia azul em São Vicente com as instituições indo um pouco ao encontro da lógica nacional de que o Norte representava o sector da economia azul, contudo, os dados mostram que também temos que alavancar a região sul do País, dado que o senso sobre o sector das pescas é muito eloquente, cidade da Praia tem a maioria dos armadores de pesca, a maioria dos pescadores artesanais, a maioria de pescadores e peixeiras (…)”, afiançou o governante.
Inforpress
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