
Segunda-feira, 4 de Julho, 2022
O ministro do Mar disse hoje que as preocupações manifestadas pela Associação dos Armadores de Pesca (Apesc) são “justas e merecem reflexão com alguma profundidade” e prometeu decisões que tragam equilíbrio.
Abrão Vicente falava, no Mindelo, no final de uma reunião com responsáveis da Apesc, a pedido destes, para discussão de “algumas preocupações” que estão a afetar a classe dos armadores de pesca, tendo ficado de fora o aumento do preço do gelo e da descarga do pescado nos complexos de pesca, já que o ministro garantiu que “não haverá aumento”.
Entre as preocupações, como assinalou o presidente da Apesc, João de Deus Lima, estão a construção de uma marina oceânica na zona da Onave, “o pequeno estaleiro onde se inicia o garante da segurança e da construção e reparação naval das embarcações de pesca”, a construção de portos de pesca, a gestão dos complexos de pesca e a colocação por embarcações estrangeiras de Dispositivos de Concentração de Pescado (DCP) em águas internacionais e que têm comprometido a entrada de cardumes nas águas nacionais, entre outras.
Abraão Vicente respondeu que o Governo está sensível a estas e outras questões, que se faça em diálogo, e pediu à Apesc que envie ao ministério sugestões de soluções, até porque o ministro propôs para a semana a seguir ao 05 de Julho um encontro de todo o sistema do Ministério do Mar, no sentido da busca de “soluções palpáveis”.
Concretamente sobre a construção da marina oceânica, o ministro prometeu reanalisar e dar uma resposta “positiva ou negativa” ao empreendedor que propõe construir o seu empreendimento na zona onde se localiza a Onave.
“Escolher entre aquilo que poderia ser o interesse nacional, que é aumentar a capacidade da Onave, de ter aqui uma indústria nacional com capacidade de prestação de serviço para a costa ocidental africana, ou ter este mix entre um projeto privado e o projeto nacional”, esclareceu Abraão Vicente.
“Teremos que tomar decisões difíceis, mas nos inícios de Julho avançaremos com uma medida concreta, porque as preocupações da Apesc correspondem àquilo que é a preocupação de uma gestão sustentável da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do arquipélago”, reforçou o ministro.
Prometeu, por isso, tomar as decisões que tragam “algum equilíbrio” entre os acordos internacionais que o País já assinou, as licenças já emitidas e algumas medidas para mitigar a falta de pescado e de algumas espécies no território cabo-verdiano, nomeadamente a melva.
“Há condições para conseguirmos defender os nossos interesses e alinhar todo o nosso processo de desenvolvimento do sector com a planificação do Governo para sector”, sintetizou, por seu lado, o presidente da Apesc, João de Deus Lima, que se congratulou com a redução do imposto de consumo de combustíveis para a pesca de 10 por cento (%) para seis escudos/litro, o que vai “impactar de forma positiva” no sector.
Inforpress
Site agregador de notícias e conteúdos próprios e de parceiros, com enfoque em Cabo Verde e na Diáspora, que quer contribuir para uma maior proximidade entre os cabo-verdianos.
+238 357 69 35
geral@balai.cv / comercial@balai.cv / editorial@balai.cv