
Sexta-feira, 9 de Junho, 2023
O ministro do Mar, Abraão Vicente, reconheceu este sábado, 04, que o valor do pescado no mercado cabo-verdiano tem sido “muito mais baixo” do “enorme desgaste” dos pescadores, de maneira que a classe tem sido prejudicada com o preço estipulado.
“Os pescadores estão a sair prejudicados com o preço no mercado, com o nível de desgaste que um pescador tem, que uma peixeira tem para vender um peixe. O valor de peixe no mercado é muito mais baixo do que aquilo que custa pegar um peixe”, constatou o governante.
Por isso, apelou os consumidores a valorizarem mais a classe e entender que pescar é muito mais custoso do preço que tem vindo a pagar pelo pescado.
“E só será mais barato se pescarmos mais, e para pescar mais e de forma sustentável temos que ter infraestruturas de apoio tanto em terra como tem que ter uma frota naval de Cabo Verde capaz de ficar mais tempo no mar e pescar com mais qualidade e em maior quantidade”, ressaltou Abraão Vicente.
Abraão Vicente fez estas considerações à imprensa no acto de entrega de 10 botes de fibra da Associação dos Operadores de pesca de Gamboa e Associação de Pescadores e Peixeiras de Achada Grande Trás, no âmbito do primeiro edital de fibragem de embarcações de pesca a nível nacional, financiado pelo Ministério através do Fundo Autónomo das Pescas.
Nesta primeira fase do referido edital, esclareceu, foram selecionadas 147 embarcações a nível nacional, tendo entregue hoje 10 de um total de quase 50 botes, da Praia, garantindo que serão resgatadas embarcações de todos os pescadores donos de embarcações que ainda têm vontade de terem suas embarcações fibradas.
“Graças a esse processo de fibragem e a linha de financiamento de transição para semi-industrial temos aqui um novo estaleiro que está a construir barcos aqui na Cidade da Praia, um estaleiro privado, ao contrário daquilo que acontece nas outras ilhas de Cabo Verde, o que mostra que já tem um despertar para o sector do mar para pesca semi-industrial”, salientou o governante.
Por seu lado, Bellony, um dos beneficiários do primeiro edital de fibragem de embarcações, mostrou-se satisfeito por ver seu bote de mais de cinco metros fibrado, pois, conforme narrou a imprensa, tinha muito receio de ir ao mar com a embarcação porque não tinha uma boa proteção.
“Mas quando é fibrado o barco tem mais garantia, dá mais segurança e proteção o que nos ajuda muito na nossa pesca. Agora podemos ir mais longe à procura de melhores condições de vida”, considerou o pescador.
Inforpress
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