Presidente do CERMI defende que promoção das energias renováveis é uma responsabilidade de todos os cabo-verdianos

O presidente do Conselho de Administração do CERMI, Gilson Correia, defendeu hoje que a promoção das energias renováveis não deve ser uma tarefa “exclusiva” do Estado, mas uma responsabilidade de todos os Cabo-verdianos.

O presidente do Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI) manifestou esta posição numa entrevista que concedeu à Inforpress sobre o processo da aceleração da transição energética em Cabo Verde, reiterando que, embora “ambicioso”, é possível atingir a meta estipulada de 50% de penetração das energias limpas até 2030, mas que não é uma “obrigação” apenas do Governo, mas uma aposta transversal a todos os consumidores.

“A estratégia do Governo é bastante clara. É uma estratégia ambiciosa, mas já foram criadas todas as condições e temos um programa de massificação das energias renováveis no sector privado que está sediado na Pró-

Empresa onde os promotores privados conseguem usufruir de uma oferta do serviço das energias renováveis através de subsídios. Neste caso, têm direito ao fundo perdido até ao montante máximo de 500 mil escudos ou até 75%”, avançou, garantindo que o ecossistema já está em funcionamento.

Estimular a adesão “em massa” das instituições aos programas constitui um dos desafios, segundo explicou, paralelamente aos projetos do Governo, nomeadamente, a instalação das centrais solares em quatro ilhas (Santo Antão, São Nicolau, Sal e Fogo).

“Neste momento estão projetos em curso como o ‘repowering’ do parque eólico da Cabe Eólica, que é uma iniciativa privada, porque vão expandir a capacidade instalada desse parque e introduzir formas de armazenamento passando a ter mais energia para introdução na rede local. Também está em andamento o projeto financiado pelo Banco Mundial sob alçada da Unidade de Gestão de Projetos Especiais para a instalação de parques solares de pequena potência nas quatro ilhas”, realçou.

Em termos de parceria, adiantou, o CERMI tem apostado na formação técnica dos jovens em matéria das energias renováveis, com o intuito de dar resposta à transição energética.

“Uma outra área de atuação, é suportar o Governo em projetos, destaco toda a assistência técnica que temos vindo a fazer juntamente com as empresas públicas e privadas apoiando, sobretudo, na instalação de sistema de energias renováveis para a redução do consumo nas suas infraestruturas”, precisou.

Conforme ressaltou, parte dos projetos serão financiados por organizações internacionais, sendo as de iniciativa privada financiados pelas próprias empresas, sobretudo a “instalação dos sistemas de autoconsumo”.

“Para chegar à meta em 2030 é preciso acelerar e, a par desses projetos, há outras iniciativas em curso que vão promover a descarbonização como a mobilidade elétrica e apostas na eficiência energética e outros tipos de serviços que vão reduzir o consumo da energia convencional”, completou.

A perspetiva é “bastante boa” na ótica de Gilson Correia, tendo em conta que a taxa de penetração de energias renováveis ronda atualmente os 18%, mas reiterou que “não é uma obrigação apenas do Estado, mas dos consumidores ao apostar nas energias limpas”.

Inforpress

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