
Sexta-feira, 8 de Dezembro, 2023
Em entrevista à Inforpress, numa análise sobre a educação financeira das empresas no arquipélago em tempos de crise, António Baptista avançou que a situação da “pandemia trouxe grandes desafios”, e que o “País será muito mais impactado”, tendo em conta dificuldade de liquidez e a questão da tipologia das empresas.
“O grande problema das empresas é a falta de liquidez, na verdade grande parte da mortalidade das empresas estão associadas a dificuldade de fluxo de caixa, que está associada, por sua vez, a dificuldade nas receitas, no volume de negócios e também controlo de custos mais rigorosos”, disse.
António Baptista, que é presidente da Associação de Promoção à Educação Financeira (Profin), avançou que com a pandemia, “a expectativa das famílias teve certamente uma redução para o negativo”, em que as pessoas ficaram preocupadas com o futuro e nesse cenário, houve mais poupança, medo de gastar, afectando directamente a tesouraria das empresas.
Neste contexto, referiu, “as empresas vêm sofrendo com o problema de liquidez”, o o Governo também, através de políticas de moratórias, mas, mesmo assim, indicou, “vai levar algum tempo” para recuperar da pandemia”.
Segundo o analista, “as empresas têm um custo fixo muito elevado”, e, muita das vezes, os empreendedores, no arranque de uma empresa, costumam cometer alguns erros em termos de “sobredimensionamento do custo fixo”.
“Ou seja, às vezes estão alojados num espaço muito caro, ou adquiriram muitos equipamentos e bens que não estão directamente associados ao facturamento das empresas”, assinalou.
O mais clássico, atestou, é a “falta de receitas”, pois as empresas apostam pouco em termos de propaganda, e não utilizam profissionais de marketing para “ajudar no posicionamento de mercado”.
“É necessário consultar profissionais de marketing que ajude a identificar novos nichos de mercado, tentar aproximar dos consumidores e saber quem são”, expressou.
Por outro lado, destacou, uma estratégia importante para a sobrevivência das empresas, “algo que foi adoptado em vários países do mundo”, é a negociação para uma redução de salários dos colaboradores.
“Acredito que as pessoas preferem baixar o seu rendimento, do que ficar sem rendimento”, salientou, reforçando ainda que reduzir funcionários em tempo de crise não é boa ideia, porque implica na redução de poder de compra, que, por seu turno, implica na redução de facturamento de outras empresas, podendo se agravar.
Inforpress/Fim
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