Empresários cabo-verdianos pedem desconcentração de serviços para “acelerar processos”

Empresários cabo-verdianos pedem desconcentração de serviços para “acelerar processos”

O presidente da Câmara do Comércio de Sotavento, Marcos Rodrigues, defendeu hoje a desconcentração de alguns serviços no país para ajudar a "acelerar processos" que beneficiem os empresários cabo-verdianos.

“Nós queremos acelerar uma série de processos e para acelerar processos é preciso que haja desconcentração de alguns serviços”, defendeu o representante dos empresários do ´sotavento cabo-verdiano, em declarações à imprensa, na Praia, no âmbito da realização da primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento do Setor Privado.

“Achamos que as câmaras de comércio e de turismo de Cabo Verde têm já serviços instalados e têm competências e que podem, através dos seus órgãos próprios, facilitar um pouco dos serviços que podem prestar ao setor empresarial privado no seu todo”, reforçou.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento do Setor Privado (CNDSP), criado em 2021, é um órgão de coordenação da ação de agentes públicos em matéria de promoção do desenvolvimento do setor privado nacional, ao qual compete promover o debate, a socialização e a avaliação das propostas do Governo que versem sobre o desenvolvimento do setor privado ou de atividades com ela relacionada.

Este órgão é presidido pelo ministro das Finanças e do Fomento Empresarial, que pode delegar na secretária de Estado do Fomento Empresarial, e tem como vice-presidente o líder do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e do Turismo de Cabo Verde.

O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, que presidiu à reunião, disse que o setor privado cabo-verdiano não precisa de apoios, mas sim de incentivos, garantindo a construção de uma parceira inteligente e comprometida com o Governo.

O também ministro das Finanças disse que o ambiente de negócios é muito melhor hoje, mas notou ainda desafios, que têm que ver como o melhor funcionamento da administração pública, das chefias intermédias, melhor quadro de acesso ao financiamento internacional.

Uma das que saiu da reunião foi a necessidade de o setor privado e o Governo aprimorarem o diálogo e a parceria, que segundo o ministro tem estado a funcionar, mas entendeu que pode ser melhorado.

“Estamos abertos a continuar esse diálogo, mas sobretudo a fazer um diálogo setorial. Decidimos que o diálogo com o setor privado não seja apenas político, que é importante numa primeira fase, mas que tenhamos um diálogo entre administração intermédia com o setor privado, para podermos discutir a visão e os bloqueios operacionais que estamos a enfrentar, para podermos em conjunto construir os caminhos para os vencer e para os resolver”, disse o número dois do Governo de Cabo Verde.

Outro ponto importante avançado por Olavo Correia é a necessidade de o setor privado estar presente nos fóruns internacionais, para poder ter acesso a conhecimento, contactos e “trazer oportunidades do mundo para Cabo Verde”.

A aprovação da proposta de regulamento, o programa do Governo respeitante ao setor privado, a análise do ambiente de negócios atual e o papel das associações empresariais no desenvolvimento do setor privado foram alguns dos assuntos em discussão na reunião.


Lusa

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