- Atualidade, Lusa, Notícias
- Julho 28, 2022
- 6:47 pm
- Lusa
Estado deve 9,5 ME à CV Interilhas pela concessão, diz Grupo ETE

Em comunicado enviado à agência Lusa, o grupo português, que detém 51% da CV Interilhas, concessionária daquele serviço público desde agosto de 2019, após concurso público internacional, recorda que nos termos da concessão “estão consagrados direitos e obrigações para ambas as partes”, que “devem ser integralmente cumpridos”.
“De forma a que a concessionária possa investir na qualidade dos serviços de mobilidade que presta, de forma a que a oferta existente responda na íntegra às necessidades dos passageiros e ao respetivo conforto e bem-estar”, lê-se no comunicado, que o Grupo ETE explica surgir na “sequência dos constrangimentos no serviço público de transporte marítimo de passageiros e de carga”, quando a concessionária teve três dos cinco navios da frota em doca este mês, situação que admitiu ter afetado viagens de centenas de passageiros, que tiveram de ser reprogramadas.
“Cumpre esclarecer que o concedente [Estado] se encontra em incumprimento das suas obrigações financeiras, desde o início da concessão, em 2019, a ponto de atualmente a elevada dívida acumulada à CV Interilhas ascender já a 9,5 milhões de euros”, refere ainda a empresa.
“Só desta forma a concessionária estará em condições de poder continuar a investir na renovação da frota, de modo a garantir uma maior fiabilidade do serviço”, sublinha.
O comunicado não esclarece sobre os valores em causa, mas o contrato de concessão, de 20 anos, prevê, nomeadamente, a subsidiação pelo Estado à concessionária das rotas deficitárias, por exemplo algumas que passaram a servir regularmente ilhas que antes não eram cobertas.
Integram o capital social da CV Interilhas vários armadores cabo-verdianos que antes da concessão asseguravam isoladamente as ligações marítimas, fornecendo também os navios à concessionária.
O comunicado divulgado hoje acrescenta, sobre o navio “Chiquinho BL”, adquirido em 2020 pelo grupo ETE para integrar a frota da CV Interilhas, que “para que possa servir a rota de São Nicolau é necessário ultrapassar os inúmeros constrangimentos burocráticos que têm sido levantados constantemente” à empresa.
O navio assegura habitualmente a rota entre as ilhas vizinhas de São Vicente e Santo Antão, mas a CV Interilhas pretende usá-lo também naquele serviço.
“O Grupo ETE, através da CV Interilhas, mantém o seu compromisso para com a população de Cabo Verde e continuará a cooperar de forma estreita com o Estado, a fim de continuar a cumprir aquela que é a sua missão”, assegura. Contudo, alerta que “só será possível oferecer um serviço de transporte marítimo interilhas de passageiros e carga regular, fiável e seguro, à população cabo-verdiana, se todos se mostrarem disponíveis para cooperar e cumprir as respetivas obrigações, de forma leal e competente”.
Desde o início da concessão, a CV Interilhas já transportou mais de 1,5 milhão de passageiros e adquiriu dois novos navios para as ligações marítimas em Cabo Verde.
Lusa
Pode gostar também


Pugilista Nancy Moreira está nos quartos de final do Mundial de Boxe

Cabo Verde quer outras dimensões na cooperação desportiva com a China



- PUB
- PUB
Deixe um comentário
Follow Us
- PUB