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- Abril 20, 2021
- 11:24 am
Fogo: Autópsia da criança de quatro meses falecida há uma semana será realizada hoje

A informação foi avançada à Inforpress pelo responsável do centro de Saúde de Cova Figueira (Santa Catarina do Fogo), Amilton Gamboa.
Esta segunda-feira os familiares, nomeadamente o pai da criança de quatro meses, nascida a 28 de Novembro de 2020, devido a informação desencontrada procurou a comunicação social, denunciando que as autoridades sanitárias, que retiveram o corpo durante uma semana, queriam devolvê-lo sem autópsia para a realização do funeral.
O responsável do centro de Saúde de Cova Figueira, que tem jurisdição sobre Chã das Caldeiras, local da ocorrência do óbito, explicou à Inforpress que efectuou o levantamento no dia 13 de Abril por volta das 13:00 horas acompanhado do comandante da esquadra da Polícia Nacional e que segundo a informação que lhe foi transmitida pela avó, que estava à guarda da criança, que ela tinha dado iogurte à mesma e depois colocado na cama e quando regressou encontrou-a sem vida.
Este disse que na altura do levantamento a mesma não tinha nenhum tipo de lesões e tudo estava tranquilo, mas lembra que a ética médica não permite inventar um diagnóstico se a pessoa não tiver uma doença de base que se possa suspeitar que originou a morte da mesma.
Amilton Gamboa disse que a criança podia ter morrido devido a broncoaspiração depois de engolir iogurte, que podia ser por envenenamento na eventualidade do iogurte estar contaminado ou por asfixia se ela estivesse deitada de cabeça para baixo e não conseguisse virar.
“Existentem várias hipóteses e a ética médica indica que não se pode colocar um diagnóstico quando o médico tenha duvida e não possa confirmar”, referiu o responsável do centro de Saúde de Cova Figueira, sublinhando que foi o próprio que decidiu colocar o corpo da criança na câmara fria e produziu um relatório que enviou ao Ministério da Saúde pedindo a realização da autópsia.
Como não foi possível o Ministério da Saúde fazer deslocar um especialista para tal, o próprio conversou com a médica legista que lhe informou que podia ser um caso normal e de morte natural e que podia ser feita autópsia por análise clínica, mas que era um tipo de especialidade que não existe em Cabo Verde.
Na sequência o pai foi informado da possibilidade do levantamento do corpo da criança para a realização do funeral, porque inicialmente os familiares queriam enterrar a criança e o próprio não queria por entender que não era correcto, mas que depois da informação transmitida pelo especialista o pai já não quis enterrar a criança, exigindo autópsia.
Na sequência, explicou o responsável do centro, contactou o Ministério da Saúde que decidiu pela realização da autópsia, e hoje chega o médico legista, Ledo Pontes, para efectuar a autópsia, esperando que o problema fique resolvido hoje.
Inforpress/Fim