Governação digital requer tecnologias e recursos humanos e exige confiança e transparência, vice-primeiro-primeiro

O vice-primeiro-ministro e ministro da Economia Digital lembrou hoje que a construção da governação digital que se quer para o país requer investimento forte nas tecnologias e recursos humanos e que exige, acima de tudo, confiança e transparência.

Olavo Correia, que falava na cerimónia de abertura do workshop sobre os Indicadores Estatísticos das Telecomunicações (TIC), que decorre, na cidade da Praia, de 15 a 16, apontou ainda que, nesta matéria, o patamar de comparação de Cabo Verde deve ser o mundo, razão porque deve existir indicadores para permitir saber onde o país está em relação ao mundo e aos melhores.

“A economia cresce hoje 5%, mas quando comparado com o que é a necessidade do mercado cabo-verdiano em matéria de criação de empregos e em matéria da expansão da classe média, o desempenho é sofrível, pelo que temos de passar de 5% de crescimento potencial para 10% caso contrário vamos manter o status score”, disse, apontando o digital como a forma mais fácil de se transformar uma “pequena economia em uma grande economia”.

O governante notou que as tecnologias devem ser utilizadas como um acelerador para uma boa gestão da acção climática e a nível da economia para criar emprego para os jovens, e lembrou que a educação em termos de tecnologia e de força de comunicação tem de se espelhar nas escolas e comunidades.

Para isso, explicou, será preciso promover a inclusão digital e a conscientização das pessoas sobre a segurança a “todos os níveis na era digital”, bem como investir em recursos humanos, num quadro legal forte e de protecção de dados, e numa tecnologia forte.

Quanto à governação digital, o ministro da Economia Digital defendeu ainda no seu discurso a necessidade de o estado ter de responder com excelência, nesta matéria, em vez de fazer as pessoas moverem-se em “telhas e burocracias”.

Referiu ainda que, neste domínio, o Governo tem um plano ambicioso para até 2026 garantir que 65% dos serviços públicos sejam digitais e 100% dos serviços escritos, e até 2030 atingir um valor acima de 85% dos serviços digitais.

Alerta, no entanto, que sem talento humano, sem mudanças e sem a liderança para mudança não será possível construir uma Nação Digital.

Ao usar da palavra a PCA da Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME), Leonilde dos Santos, disse ter registado com apreço o facto de, pela primeira vez, a reunião ter ocorrido fora de Portugal sete anos depois de ter acontecido na Praia, Cabo Verde.

Referindo-se ao workshop garantiu que no final os participantes vão ter ferramentas que lhes permitam estar alinhados no reforço do trabalho metodológico com vista à harmonização dos indicadores estatísticos das telecomunicações.

“Compete à ARME a produção dos dados estatísticos e administrativos no que toca às telecomunicações TIC e há vários anos que produzimos, trimestralmente, o relatório de indicadores estatísticos das comunicações electrónicas cujas informações são recolhidas junto das operadoras no país”, informou.

Neste âmbito, avançou que dados do primeiro semestre em Cabo Verde indicam que os serviços móveis registaram uma taxa de penetração, num total de penetrações num número total de cartões sim, em torno de 98%, enquanto que no serviço de acesso à internet o número é de 90 acessos para cem habitantes.

Face às ambições do ARME, admite que o workshop é “extremamente oportuno” na justa medida em que permite actualizar os conhecimentos em matéria de produção estatística e indicadores sobre as telecomunicações e TIC, assim como por facilitar dados confiáveis, credíveis e transparentes que auxiliam os poderes públicos na elaboração de políticas regulatórias para o sector.

No workshop de dois dias vão ser analisados temas como “Estatísticas TIC Internacionalmente Comparáveis – o papel da UIT”, “Indicadores Administrativos das Telecomunicações/TIC – UIT” e “Indicadores das Telecomunicações/TIC do lado da oferta”.

Inforpress/Fim

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