
Terça-feira, 26 de Setembro, 2023
O ministro das Comunidades, Jorge Santos, disse hoje que o Governo cabo-verdiano tem vindo a acompanhar com “muita preocupação” a violência no Senegal, desejando que as partes possam encontrar a melhor saída para resolver essa situação.
O governante que falava à Inforpress sobre a sua participação no ato de lançamento do Decénio Jubilar na Diáspora Cabo-verdiana na Europa, que decorreu no dia 04 de Junho, em Paris, França, avançou que devido aos conflitos que ocorrem na capital senegalesa tiveram de adiar a viagem para a Costa de Marfim, que estava prevista para quarta-feira, 07.Jorge Santos devia deslocar-se esta quarta-feira à Costa do Marfim, no âmbito do processo de aquisição de nacionalidade aos descendentes cabo-verdianos, iniciado em Janeiro desde ano.
“Estamos a acompanhar a situação com muita preocupação e também com muito interesse porque temos uma grande comunidade cabo-verdiana e é o país mais vizinho que nós temos em termos geográficos e é um país amigo”, sublinhou.
Entretanto, avançou que o Governo deseja que as partes possam encontrar a melhor solução e a situação se normalize.
“Senegal é um país de paz e de tranquilidade (…), estou em querer que os senegaleses são inteligentes para não estragar este nome e prestígio do Senegal não só na nossa sub-região, como também a nível do mundo”, completou.
Os protestos começaram na última quinta-feira, quando foi anunciada a sentença de dois anos de prisão para o opositor Ousmane Sonko, por corrupção de menores, e continuaram na sexta-feira e, em menor grau e intensidade, no sábado na maioria dos bairros da capital senegalesa e nas principais cidades do país.
Os manifestantes ergueram barricadas com pneus e veículos em chamas, atiraram pedras contra as forças policiais e realizaram saques a lojas e edifícios públicos, enquanto a polícia usou gás lacrimogêneo.
A Cruz Vermelha senegalesa tratou cerca de 360 feridos resultantes dos violentos protestos em que também foram registradas 16 mortes, segundo os mais recentes dados oficiais, embora o partido de Sonko, Patriotas do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (Pastef), coloque o número de vítimas mortais em 19.
O líder da oposição foi julgado em 23 de Maio, depois de ter sido acusado, no início de 2021, por uma jovem massagista de “violações repetidas” e “ameaças de morte”, acusações das quais foi absolvido pelo tribunal, que o considerou culpado, no entanto, de corrupção de menores.
Sonko e a sua comitiva denunciaram a “instrumentalização” da justiça por parte do Presidente, Macky Sall, que governa o país desde 2012, para o impedir de concorrer às eleições presidenciais marcadas para Fevereiro de 2024.
Conhecido pelo seu discurso “antissistema”, o líder da oposição critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês e tem muitos seguidores entre os jovens senegaleses.
Inforpress
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