
Sábado, 3 de Junho, 2023
O vice-primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo pretende capacitar cada vez mais os recursos humanos com formação contínua e qualificação profissional para estarem à frente das mudanças e ter uma governança pública mais transparente e com profissionalismo.
Olavo Correia falava à imprensa, à margem da cerimónia de entrega dos certificados do curso de pós-graduação em Gestão de Finanças Públicas nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor Leste (Pro PALOP-TL), promovido pelo ISCTE_IUL e IPPS, que abrange 21 formandos de Cabo Verde das instituições estatais dos sistemas de gestão das Finanças Públicas como, a Assembleia Nacional, o Ministério das Finanças, o Tribunal de Contas e a ARAP.
“Na administração pública temos recursos humanos com pessoas muito qualificadas e preparadas, mas os conhecimentos vão mudando e é fundamental que acompanhemos estas mudanças com planos de formação continuados para que os nossos recursos humanos sejam os melhores, estejam na posse dos conhecimentos e ferramentas mais actualizados, possam ter um quadro para mudarem atitudes, para que possamos ter uma governança cada vez mais servidora dos cidadãos, empresas e da nação cabo-verdiana” sublinhou o governante.
Para além disso, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças afiançou também que é “muito importante” cuidar os recursos humanos, com a formação contínua e da qualificação profissional porque é aí que está o cerne da questão.
Isto porque, explicou, as reformas exigem muitas mudanças e a mudança essencial tem que ver com os recursos humanos, com a qualidade dos mesmos com a mudança de atitudes e por isso a preocupação do Governo é formar permanentemente os recursos humanos para que possam estar à frente e possam ser agentes dessa mudança.
O vice-primeiro-ministro sustou ainda que com estas mudanças pode-se ter uma governança pública mais “transparente” com “mais ética e responsabilidade e profissionalismo” e que consiga pautar mais resultados para os concidadãos de todas as ilhas.
Para o governante, esta cooperação vai continuar com Portugal, União Europeia, ISCTE, e com as demais instituições.
“Queremos estabelecer parcerias com entidades que financiam, por um lado, mas com entidades formadoras como universidades e institutos técnicos, para permitir que haja condições para formação contínua”, adiantou.
A formanda do Ministério das Finanças, Lidiane Nascimento, falou à imprensa que esta formação tem a mais-valia porque vai além da formalização do ensino em finanças públicas, porque, conforme disse, tiveram oportunidades de formalizar mais os conhecimentos do dia a dia, para depois expandi-los, mas avançou que serviu para conhecer experiências de outros países, como Guiné-Bisssau, São Tomé e Moçambique.
“A mais-valia também desta formação foi a troca de experiência entre Cabo Verde e esses países e não só a rede de pessoas especialistas que criamos durante esta formação”, assinalou.
Por outro lado, a formanda afirmou que enfrentaram alguns desafios durante esta capacitação, por ser um curso à distancia, pelo que justificou que se tornou um “pouco desafiador” para conciliar os desafios profissionais do dia a dia com a participação nas aulas e da realização dos testes. Mas, mesmo assim reconheceu que tem alguma vantagem em relação a isso, porque havia possibilidade de gravar as aulas e depois assisti-las posteriormente.
No entanto, Lidiane Nascimento afirmou ainda que esta capacitação “valeu a pena”, porque criaram uma rede que serve para tirar qualquer dúvida a qualquer momento, mesmo com o fim desta formação.
“É o fim de um ciclo, mas é o início de um ciclo de várias oportunidades porque estaremos a contar com especialistas de outros países e do formador. Com o recebimento deste diploma considero que é o início de outras possibilidades de forma que possamos melhorar o nosso sistema, a nossa forma de trabalhar e reforçar o sistema das finanças públicas “advogou.
Um outro formando que é controlador financeiro do Ministério das Finanças Arigo Reis afirmou também que é uma formação de “extrema importância” porque veio consolidar aquilo que fazem no dia a dia com a parte teórica.
A mesma fonte sublinhou que na administração pública “há sempre reclamações” de que há “falta de formações” para os seus funcionários, o que considera que veio num “bom momento”, justificando que expandiu o seu conhecimento, pois assinalou que precisava no seu trabalho daquela parte teórica para a execução da parte prática.
Por isso, aproveitou o momento para apelar a estas entidades no sentidode realizar mais capacitação nesta matéria para ter mais quadros capacitados e motivados para o desenvolvimento com “excelência” nos trabalhos do dia adia, sobretudo no sector dos recursos humanos.
De referir que são 175 quadros da administração pública dos PALOP que receberem certificados de conclusão do curso de pós-graduação, em seis módulos em Gestão de Finanças Públicas, financiado pela União Europeia (EU) e administrado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 2015, pelo ISCTE-IUL|IPPS e pelo Tribunal de Contas de Portugal.
Inforpress/Fim