Guiné-Bissau/Eleições: Jovens querem o país “ao mais alto nível”

Jovens guineenses que vão votar pela primeira vez, nas eleições legislativas de 04 de junho, esperam que o seu voto traga o desenvolvimento e defendem a paz.

Djaló está feliz por poder votar pela primeira vez no próximo dia 04 de junho no âmbito das eleições legislativas e acredita que vai “ajudar a desenvolver a Guiné-Bissau”.

Líder juvenil no liceu Rui Barcellos Cunha de Bissau, Aissatu, de 18 anos, disse à Lusa que está ansiosa para que chegue o dia 04 de junho porque quer ver a Guiné-Bissau “ao mais alto nível”.

“Quero que o meu voto ajude na mudança do nosso país. Quero ver a população feliz”, afirma a jovem, no meio dos preparativos para uma deslocação de um grupo de estudantes a Gabu, para um intercâmbio com os alunos de um liceu daquela cidade situada a mais de 200 quilómetros de Bissau.

Orgulho de votar pela primeira vez

O sentimento de felicidade de Aissatu é aquele que invade os outros jovens abordados pela Lusa em alguns bairros de Bissau.

São os casos de Kelvin Sisto Có, Rusla Cadjidatu Cunha, Buna Djaló e Abel Nanque, todos orgulhosos por poderem votar, pela primeira vez, no próximo dia 04 de junho.

Os jovens, todos com 18 anos, querem que a Guiné-Bissau “tenha escola, saúde, emprego e comida barata para a população” e prometem votar “naqueles que dizem que vão fazer tudo isso”.

Vestido de calças parecidas com farda militar, Kelvin Sisto Có, diz que vai votar em quem vai enfrentar a crise que assola o país.

“É a primeira vez que estou recenseado e vou votar para escolher quem eu quero como Governo. Quero desenvolvimento socioeconómico e político do nosso país”, defende Kelvin Có, que também quer eleger “alguém que arranje bolsa de estudo para que os jovens possam estudar lá fora”.

Jovens querem a paz

No dia em que se foi recensear em Bissau, Kelvin disse ter-se sentido como um cidadão, “um guineense no coração e com maturidade para votar”, a mesma felicidade que espera ter no dia da votação, mas sem dissabores provocados por aqueles que perderem as eleições, diz.

“Quem perder que saiba que só um é que pode vencer, mas será sempre a Guiné-Bissau que ganhou. Que pautem pela paz, não pela guerra”, refere Kelvin Có.

Rulsa Cadidjatu Cunha espera que o seu voto ajude a trazer para o país tudo o que os outros jovens auguram a partir das eleições de 04 de junho, mas gostaria de ver no Governo “aquela pessoa que é o espelho e que vai transformar a Guiné-Bissau num paraíso”, diz, a sorrir.

Rulsa pede aos derrotados nas eleições que aceitem o veredito das urnas e lembra que quem vencer “será pelo destino de Deus”, vincou.

“Quem perder que não traga a guerra, que se conforme, que venha com o diálogo, porque a guerra só atrasa o país”, reforça a jovem, que quer ser advogada.

Voto no partido que aposta na juventude

As eleições ainda não chegaram, mas Buna Djaló já sabe em quem vai votar.

“É o partido que fala muito sobre a juventude, universidade, emprego jovem, são coisas que eu quero, por isso vou votar nesse partido”, declara Buna, que quer a Guiné-Bissau “a arrancar de verdade, porque atualmente está parada”.

Adepto do futebol, Buna reforça que se naquele desporto é possível perder, ganhar e empatar, já nas eleições, observa, só existe vitória e derrota e “aquele que não ganhar terá de se conformar”.

Abel Nanque prepara-se para votar pela primeira vez para escolher “um líder que faça uma boa governação” e espera que o próximo primeiro-ministro eleve o nível do país.

“Após as eleições gostaria de ter um nível de desenvolvimento como outros países, por exemplo, Senegal, Costa de Marfim, Argélia, e outros países, que haja formação para todo o mundo, que haja emprego para que não haja delinquência no país”, exorta.

O único jovem que aceitou falar em português pede aos políticos que tenham “misericórdia do povo”, que diz ser humilde e apela ainda aos que perderem as eleições para se conformarem com a derrota.

Os partidos nos quais os cinco jovens irão votar é um assunto guardado para cada um. Guardados estão também os seus cartões de eleitores e em “lugares seguros” à espera do dia 04 de junho.

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