Importar combustíveis custou mais a Cabo Verde em 2022 do que 2020 e 2021 juntos

Importar combustíveis custou mais a Cabo Verde em 2022 do que 2020 e 2021 juntos

A fatura de Cabo Verde com a importação de combustíveis praticamente duplicou em 2022, para quase 165 milhões de euros, mais do que o custo total de 2020 e 2021, segundo dados compilados hoje pela Lusa.

De acordo com dados de um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV) que detalha as importações e exportações do arquipélago, o país importou de janeiro a dezembro de 2022 quase 18.369 milhões de escudos (164,5 milhões de euros) em todo o tipo de combustíveis, contra os 9.453 milhões de escudos (84,6 milhões de euros) em 2021, um aumento homólogo de praticamente 100%.

Em 2020, devido ao efeito do confinamento face à pandemia de covid-19, essa importação caiu fortemente, para menos de 6.793 milhões de escudos (61 milhões de euros).

O mesmo relatório do BCV refere que só em setembro o arquipélago importou 3.773 milhões de escudos (34,2 milhões de euros) em vários combustíveis, o que compara com 881,1 milhões de escudos (oito milhões de euros) no mesmo mês de 2021.

Cabo Verde não tem capacidade de refinação nacional e depende da importação de combustíveis fósseis também para a produção de cerca de 80% da eletricidade de que necessita.

A escalada de preços no mercado internacional já tinha levado o Governo cabo-verdiano a suspender o mecanismo de fixação de preços de venda de combustíveis aos consumidores em abril de 2022.

O Governo admitiu que as medidas de mitigação dos aumentos dos preços dos combustíveis devido ao impacto da guerra na Ucrânia vão exigir um esforço financeiro de 45,3 milhões de euros ao Estado de Cabo Verde.

O anúncio foi feito em 01 de julho pelo ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, em conferência de imprensa para anunciar novas medidas para mitigar esses impactos.

Na altura lembrou que desde o início do conflito o Governo tomou medidas emergenciais de estabilização dos preços, entre as quais a suspensão entre abril e junho do mecanismo de fixação de preços dos combustíveis, que evitaram que as famílias e empresas sofressem um impacto de mais de 300 milhões de escudos (2,7 milhões de euros).

Lusa

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