
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
Um grupo de instituições cabo-verdianas que estão no digital, entre as quais o NOSI e as operadoras de telecomunicações já têm criado um projeto para garantir a soberania digital em Cabo Verde e a segurança dos conteúdos digitais.
Trata-se do Internet Exchange Point (IXP), que consiste na criação de um ponto de troca de tráfego (PTT) e que permite que o tráfego local de internet em Cabo Verde permaneça no país, reduzindo o consumo de dados e o tempo de espera para aceder aos conteúdos e aumentando a segurança.
“Atualmente quando queremos pesquisar um conteúdo local temos de ir lá fora e voltar para Cabo Verde para aceder, no digital, a esses conteúdos. O IXP permite que esses conteúdos estejam residentes e não necessitem de acesso à internet lá fora. Esta é a garantia da soberania digital de um país”, explicou à Inforpress o engenheiro Hélio Varela, director técnico da Unitel T+, que detém a presidência rotativa do projecto.
Segundo adiantou, o IXP é um ponto fundamental para um país que quer posicionar-se no digital, uma vez que para além de permitir o acesso às redes e conteúdos nacionais e locais sem necessitar de ir lá fora, permite criar conteúdos em escala para vender outros países africanos, potenciando os cabos que estão a ser agregados através da Cabo Verde.
Hélio Varela adiantou ainda que esse projeto, que está alojado no parque tecnológico de Cabo Verde, vem dar corpo técnico à ambição de Cabo Verde de se posicionar como hub digital.
O projeto já está fechado tecnicamente e o próximo passo vai ser o posicionamento formal, conforme indicou Hélio Varela, que destaca o papel Nosi e do parque tecnológico neste projecto.
“O NOSI tem um data center de grande envergadura, onde todos os conteúdos podem ser agregados aqui e o parque tecnológico tem uma responsabilidade enorme de garantir que um ponto de atratividade para as grandes empresas poderem aqui colocar os conteúdos”, sustentou.
Nesta sexta feira os principais stakeholders do projeto entidades estiveram reunidos nas instalações do Data Center, na cidade da Praia, contando com a presença do representante da ISOC África, Ghislain Nkeramugaba, que se encontra no país para sensibilizar sobre a importância de cada um nesse ecossistema.
O presidente do Núcleo Operacional da Sociedade Informação (NOSI), Carlos Pina, prevê que já no primeiro trimestre de 2023 os cabo-verdianos já vão poder sentir os efeitos do IXP, através da melhoria da conectividade e dos serviços da internet.
Carlos Pina explicou à Inforpress que para além de estar a garantir a segurança dos conteúdos que são produzidos a nível nacional, este projeto vai permitir a redução de consumo de dados de internet, uma vez que para pesquisar um conteúdo nacional não é preciso fazer o tráfego internacional, e, consequentemente, ter efeitos no custo de internet a nível do país.
“Isto terá um impacto, sobretudo, nos cidadãos e nas empresas porque vai funcionar como um hub que vai agregar os serviços das duas operadoras. Por exemplo, um assinante da Unitel T + se ligar para uma pessoa ou um cliente que tem serviço de Telecom muitas vezes a rota que faz para chegar a um cliente pode sair de Cabo Verde e voltar”, explicou.
“Essa infra-estrutura que vamos criar vai permitir que as rotas sejam mais curtas e o preço mais barato. Vamos reduzir custos para os cidadãos e para as empresas e reduzir a latência – tempo que se espera”, precisou.
Inforpress
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