
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
O ex-presidente da Câmara Municipal do Tarrafal, José Nunes Soares, refutou ontem, dia 20, as acusações do actual presidente deste município santiaguense, José dos Reis, que o acusou de ter feito uma “gestão danosa” durante a sua governação.
José Nunes Soares reagia assim às declarações proferidas pelo seu sucessor, José dos Reis, que afirmou na passada terça-feira, 15, que a equipa camarária que lidera foi “humilhada” no caso da apreensão da viatura afecta ao seu gabinete, por causa de “ingerência e má gestão” da equipa anterior, liderada por José Nunes Soares.
O actual edil tarrafalense tinha convocado a imprensa para dar conta que os tribunais deram razão ao município que dirige no caso da apreensão da viatura afecta ao seu gabinete, por causa de uma dívida de 1.500 contos a um suposto advogado, que ocorreu a 20 de Julho de 2021, por ordem do Tribunal Judicial da Comarca do Tarrafal, sete meses depois da tomada de posse da nova equipa camarária que lidera.
Hoje, o ex-autarca tarrafalense, que durante a conferência de imprensa mostrou documentos que alegou serem provas sobre dívidas da Câmara Municipal do Tarrafal, para com o suposto advogado, refutou as acusações feitas pelo presidente da câmara, José dos Reis, que o acusou de ter feito “gestão danosa” e “deitou por terra” as afirmações da inexistência de comprovativos relacionados com a dívida de 1.500 contos a um advogado.
“Existem documentos, existe trabalho feito, existe facturação e existe comprovativo de pagamento de 50 por cento (%) do valor cobrado ao advogado em função dos trabalhos feitos como dois contratos com Oásis Atlântico, mais o envolvimento no processo Santimar, que os trâmites estão ainda a decorrer nos tribunais, para além dos pareceres transmitidos e negociações da facturação do pagamento de 50%”, assegurou.
De entre documentos, que tem na sua posse, constam contrato de prestação serviços, cópias de cheques emitidos correspondentes a 50% do valor, comprovativos de depósitos feitos na conta do advogado, procurações passadas a favor do advogado, declarações de dividas passadas pelo secretário municipal na altura.
Na ocasião, lembrou que oito declarações de dívidas passadas pelo secretário municipal de então foram aceites e assumidas pela actual equipa camarária, mas que a mesma não aceitou as declarações de dívidas apresentadas pelo advogado.
“Ora, as mesmas declarações num período de tempo – Novembro a Dezembro de 2020 – passadas pela mesma pessoa no uso das suas atribuições e poder. Estamos na posse de uma declaração passada no mês de Agosto e assinada pelo actual secretário municipal. Perguntamos se esta declaração tem validade ou não?”, questionou José Nunes Soares.
“Portanto, não existem declarações nem falsas e nem forjadas, tendo em conta que a pessoa que passou as declarações estava legal e legitimamente habitada para o efeito”, reforçou.
Na conferência de imprensa de 15 de Fevereiro, José dos Reis anunciou que a edilidade vai trabalhar o processo de responsabilização das pessoas que intervieram no processo de forma ilegal e sem competência para tal, sobretudo as que passaram uma declaração de confirmação de dívida depois de um mês da tomada de posse da nova equipa camarária.
A câmara que, lembrou, não pagou “absolutamente nada” neste caso, vai ainda trabalhar no processo de indeminização por causa dos 19 meses que o seu gabinete trabalhou sem viatura oficial.
Por fim, afirmou que mesmo sem a viatura oficial, que ele e toda a sua equipa trabalharam “de cara levantada e firme da convicção de servir Tarrafal”.
Inforpress
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