“Os melhores alunos da Língua Portuguesa vinham das congregações sejam elas evangélicas ou não – pastor Luís Monteiro

O pastor nazareno, no Sal, considerou ontem,05, que no passado os melhores alunos da Língua Portuguesa vinham das congregações, sejam elas evangélicas ou não, lamentando “um certo retrocesso”, dado ao fomento e intenção de oficialização da língua cabo-verdiana.

 

O pastor Luís Monteiro fez essa análise quando abordado pela Inforpress, a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa celebrado a 5 de Maio.


“Creio, sem desprimor pela língua cabo-verdiana, que houve um certo retrocesso. É claro que o evangelho, quando é pregado, tem como intuito passar a mensagem. Porque se eu falar uma língua que não é entendida por mais alguém, estou sendo bárbaro, e não estarei comunicando”, manifestou.


“Mas, também, tomamos a língua cabo-verdiana como um socorro para não desenvolvermos a língua portuguesa e temos tido algum prejuízo neste particular”, considerou, exemplificando que os jovens não tomam tempo para ler, que também nas escolas não se ouve com frequência que se ouvia, o uso da língua portuguesa, uma vez que os professores têm a opção de falar tanto o português quanto o crioulo nas aulas.


Segundo o pastor, a Igreja do Nazareno tem a velha tradição, de nos seus serviços públicos, falar em português, o que era, conforme salientou, um meio através do qual os congregantes também aprimoravam os seus conhecimentos em matéria da língua portuguesa.


Observou, entretanto, que hoje isso não é tão visível, dado ao incremento do crioulo, e a intenção de oficializar a língua cabo-verdiana, o que, no seu entendimento, distancia as pessoas do “hábito bom” de falar o português correctamente.


“Antigamente, também tínhamos bons comunicadores, refiro-me aos pastores, professores da Escola Dominical, que falavam com algum nível, alguma desenvoltura a língua portuguesa, o que propiciava aos ouvintes a possibilidade de aprenderem mais”, considerou, reiterando que no passado, os melhores alunos da língua portuguesa eram da igreja do Nazareno, inclusive.


“Vamos trabalhar mais para que a nossa língua cresça no nosso meio, porque até ter o crioulo como língua oficial e como instrumento de trabalho para produção de documentos… creio eu que ainda vamos esperar algumas décadas”, concluiu, aconselhando os professores tanto do ensino básico como do privado a se dedicarem à leitura, porque alguns deles, nomeadamente os da língua portuguesa, conforme referiu, “não têm desenvoltura na comunicação”.


Inforpress/Fim

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest

Pode gostar também

Deixe um comentário

Follow Us