PAICV diz que ilha do Fogo está com situações caóticas no fornecimento de energia por falta de investimento da Electra e do Governo

A ilha do Fogo tem vivido nos últimos oito meses situações “caóticas” de fornecimento de energia eléctrica por “descuido e falta de investimento” por parte da Electra e do Governo e “incapacidade e incúria” das autoridades, entende o PAICV.

Este posicionamento é do presidente da Comissão Política Regional (CPR) do PAICV (oposição), Luís Nunes, durante uma conferência de imprensa para, segundo o mesmo, “dar voz aos foguenses” manifestando a sua preocupação e angústia face à situação “caótica” no serviço prestado pela Electra no fornecimento de energia eléctrica na ilha, nos últimos 8 meses, e que demonstra claramente o “estado de abandono” que este Governo votou a ilha do Fogo.

“A ilha do Fogo tem vivido situações que não vivia há muito tempo, tudo por descuido e falta de investimento exigíveis, por parte da Electra e do Governo na Central Única da ilha para assegurar um serviço de qualidade”, disse o presidente da CPR do Partido Africano da Independência de Cabo Verde.

No entender de Luís Nunes, tal situação tem provocado “danos avultados” na economia local, sobretudo nos pequenos operadores económicos que dependem da energia eléctrica para o funcionamento do seu negócio e não têm condições para recorrer a soluções alternativas.

Este responsável partidário apontou que as instituições públicas e privadas não funcionam e os utentes ficam com a vida mais complicada ao ficarem impedidos de usufruir do serviço, mas também que os bares, restaurantes e hotéis perdem produtos devido a prolongadas horas sem fornecimento de energia eléctrica, lembrando que em alguns casos os cortes ultrapassam 24 horas não permitindo a conservação dos produtos perecíveis.

“Com esta instabilidade na rede pública e com este vaivém de energia eléctrica, tem provocado danos nos eletrodomésticos, causando enormes prejuízos aos operadores e a cidadãos comuns”, disse Luís Nunes, questionando quem irá se responsabilizar por essas avultadas perdas dos operadores económicos e das famílias.

“Há uma incapacidade na gestão da empresa que devia fazer aprovisionamento das peças para manutenção em tempo útil para evitar que se chegue a esta situação”, acrescentou.

Para a CPR do PAICV, não obstante as inúmeras e sucessivas promessas, da empresa e do Governo, na resolução do problema, nos últimos meses a vida dos foguenses tem sofrido com a “manifesta incapacidade e incúria das autoridades no fornecimento da energia eléctrica à ilha”, adiantando que existe uma incompetência e falhanço na política energética do Governo e incapacidade para garantir a manutenção dos geradores actuais e investir para alargamento da rede, dando assim continuidade ao investimento feito na criação da Central Única em 2015.

“Além dos cortes frequentes de energia há a lamentável situação da iluminação pública em toda a ilha (…) a empresa faz cobrança da taxa de iluminação pública em cada factura paga e depois não consegue comprar lâmpadas para garantir iluminação pública” questiona Luís Nunes, adiantando que apesar das reclamações feitas pelos utentes junto da empresa e do pagamento atempado das suas facturas, a situação mantém-se na mesma e o Governo não faz nada para resolver este problema.

A CPR do PAICV apela ao Governo e à Electra para mandar repor a iluminação pública em toda a ilha com urgência para evitar que a população continue na “escuridão governativa do país” nos últimos anos.

Luís Nunes avançou ainda que não obstante as tentativas para apurar da real situação junto da empresa, tal não foi possível e por isso desconhece os motivos que têm provocado cortes sucessivos de energia e tem causado prejuízos e transtornos aos foguenses, sublinhando que nos últimos dias cortes sucessos e prolongados com mais de 24 horas sem energia não é admissível e apela ao Governo para olhar para este problema para resolvê-lo rapidamente.

Inforpress

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