CHAN2022: Moçambique quer continuar a fazer história

A seleção moçambicana de futebol, os Mambas, está nos quartos de final do Campeonato das Nações Africanas, o CHAN-2022, para atletas que jogam nos campeonatos internos. Este sábado, Moçambique defronta o Madagáscar.

É um feito histórico. Foi a primeira vez que o país alcançou a proeza de chegar aos quartos de final. E agora é momento para desfrutar e continuar a fazer história, diz selecionador nacional, Chiquinho Conde.

“Queremos continuar a nossa caminhada nesta senda de bons resultados e colocar Moçambique num patamar mais alto”, afirma Conde em declarações à DW África.

Nesta fase final, o conjunto moçambicano empatou com a Etiópia (0-0), na primeira jornada, e, na segunda, bateu a Líbia por 3-2 para depois perder por 1-0 diante dos anfitriões, a Argélia.

Este percurso alegra a todos, considera Manuel Bucuane (Tico-Tico), antigo capitão dos “Mambas” e um dos convidados de honra da CAF para este torneio. “Afinal, são muitos anos em que Moçambique joga a este nível e não consegue bons resultados. Agora conseguimos este feito”, considera Tico-Tico, acrescentando que “é algo que nos orgulha”, que “creio que incentiva os jogadores a fazerem ainda mais”.

Quis o destino que os “Mambas” cruzassem o caminho dos malgaxes nos quartos de final. O jogo está marcado para este sábado, às 18h00 UTC, no Estádio Mohamed Hamlaoui, na cidade de Constantine, no norte da Argélia.

Trabalho de casa

O selecionador Chiquinho Conde e a sua equipa técnica dizem que já fizeram o trabalho de casa para o jogo contra o Madagáscar, e o diagnóstico aponta que não será nada fácil: “É a seleção nacional mais concretizadora do torneio [oito golos em três jogos]. Passou com distinção no grupo C [três vitórias]”, observa Conde, para quem Madagáscar “é uma equipa que joga muito unida e que corre do primeiro ao último minuto.”

Mesmo assim, Conde já sabe o antídoto a usar para vencer a partida. “Se formos iguais naquilo que é a nossa ideia do jogo, e a continuarmos a acreditar em nós próprios, acho que podemos vencer”, garante Chiquinho Conde.

Tico-Tico concorda que Moçambique não terá uma tarefa fácil contra os malgaxes e deixa um conselho: “É importante que Moçambique esteja no seu melhor e que, acima de tudo, se prepare no meio-campo e na defesa, porque é nestas posições que Madagáscar se destaca mais”, apela o antigo capitão dos “Mambas”, que esta sexta-feira (27.01) visitou a seleção nacional.

“Show” musical

Nesta competição, o conjunto moçambicano também se destaca com os habituais cantos, antes e depois do jogos. É um fenómeno que está a chamar a atenção da organização da prova. “Tindlhelini” é o tema que mais se ouve.

À DW África, Infren Matola, maestro do coral da seleção, preferiu não explicar o significado do título na música, mas reconhece ser um canto de guerra: “Cantamos para diminuir a ansiedade antes do jogo. Tira um bocadinho de pressão”, revela.

A menos de 24 horas do dia “D” para os Mambas, os jogadores estão confiantes e querem continuar a fazer história nesta prova.

Nos últimos dias, a qualificação dos “Mambas” para os quartos de final do CHAN2022 foi ofuscada por um alegado desacordo entre os jogadores e a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) sobre o valor de prémio da qualificação.

De acordo com a imprensa moçambicana, a FMF queria pagar 40 mil meticais (cerca de 600 euros) para cada jogador, mas os atletas exigiam 150 mil meticais (cerca de 2.200 euros). No final, a FMF acabou se comprometendo a pagar 75 mil meticais (1.100 euros).

Neste momento, parte deste valor já foi paga, segundo garantias da própria FMF, no montante de 50 mil meticais (735 euros).

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