
Sábado, 3 de Junho, 2023
A Associação de Saúde e Solidariedade da Diáspora Cabo-verdiana assegurou que a organização quer continuar a trabalhar em questões ligadas às vulnerabilidades em saúde, tanto em Portugal, com população migrante e não só, como no arquipélago.
Em declarações à Inforpress, em Lisboa, a presidente da associação Andredina Cardoso, explicou que agora que já têm uma sede, inaugurada em Fevereiro em Almada na Margem Sul e num município que acolhe muitos imigrantes, vão conseguir implementar vários projetos planeados desde a criação da organização em finais de 2020.
Segundo aquela presidente, a nível de questões de vulnerabilidade em saúde, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) de Portugal tem três áreas prioritárias no âmbito dos imigrantes e das populações mais vulneráveis, que também já faziam parte das prioridades da associação, que têm que ver com a promoção da saúde e fazer chegar informações às pessoas, a questão da saúde dos reclusos e a questão da psicologia.
“A nível da promoção da saúde, uma das coisas que começamos a fazer desde o início foi dar formação às associações que trabalham com doentes evacuados, portanto, abordamos as associações, reunimos com elas e fizemos um questionário onde cada um refletia sobre quais são as suas necessidades de formação e as suas condições para acolher a formação, algo que já podemos fazer na nossa sede”, contou.
Para a presidente da Associação de Saúde e Solidariedade da Diáspora Cabo-verdiana, que é higienista oral de profissão, “há uma necessidade gritante que é fazer chegar a informação correta às pessoas”, sublinhando que “quando se é imigrante, há uma série de prioridades e a promoção de saúde, por norma, fica para trás.
“Porque há outras coisas gritantes que obriga as pessoas a priorizá-las”, frisou, acrescentando que relativamente à saúde dos reclusos, ainda não começaram a desenvolver esta questão, mas que será implementada brevemente, agora que já têm uma sede, com um parceiro já identificado para trabalhar nessa área, assim como na área da psicologia.
“Depois há o mundo dos doentes evacuados e que existem lacunas várias e o que afirmamos sempre é que estamos aqui para trabalhar em complementaridade. Existem uma série de instituições no terreno e nós fazemos questão de trabalhar com as várias instituições para não duplicar o trabalho e recursos, mas para estar aonde de facto somos necessários e trabalhar com os parceiros para poder multiplicar aquilo que é o nosso trabalho”, sublinhou.
Entre essas instituições estão a Embaixada de Cabo Verde em Portugal, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), as associações cabo-verdianas, ou o Instituto Egas Moniz, essa última com a qual querem criar uma bolsa de voluntários para acompanhar pessoas isoladas, idosas e doentes transferidos.
A associação foi criada em plena pandemia da covid-19, mas, antes da sua oficialização, os membros, médicos especialistas e profissionais de saúde de origem cabo-verdiana residentes em Portugal, já estavam a trabalhar, essencialmente, na promoção da saúde.
A Associação de Saúde e Solidariedade da Diáspora Cabo-Verdiana também está em interação com os profissionais de saúde em Cabo Verde no sentido de trabalharem naquilo que são as necessidades conjuntas, sempre na ótica de complementaridade, e com algumas parcerias “muito interessantes”, nomeadamente com a Universidade de Santiago.
Agora com a sede, que na sua inauguração contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês Medeiros, e representante da DGS portuguesa, Andredina Cardoso afirmou que as pessoas vão poder dirigir-se ao espaço físico, que é bem localizado, de fácil acesso de transporte, com uma sala de formação, permitindo ter uma “flexibilidade maior” no que fazem, como candidatar-se a uma série de projetos.
Inforpress
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