São Vicente: Neve insular leva algodão produzido no Mindelo para exposição em Lisboa

O evento, intitulado “Neve Insular 0,0003% – Algodão e Resistência”, está a ser produzido em parceria com o Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV) e o Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS), que convidam para a mostra que deverá ser inaugurada no dia 31 de março no CCCV.

As promotoras do “Neve Insular” justificam o nome da exposição com a ideia de que o pensamento e a prática artística do projeto baseiam-se em 0,0003% da superfície terrestre, da ilha de São Vicente, Cabo Verde, cultivada com algodão e outras espécies em parceria com a Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral.

“Um nada – tudo comprometido com a memória da plantação colonial de algodão e as novas proposições dos saber-fazer-pensar ligados à planta do algodão”, explicam Rita Rainho e Vanessa Monteiro do “Neve Insular”.

Segundo as mesmas, o algodão, o seu poder histórico, e as suas histórias de resistência têm “provocado diferentes processos de intersecção das forças da arte, ecologia e transformação social num contexto de crises ambientais, cognitivas, políticas e culturais”.

Além da exposição, o CCVB também recebe seminários e oficinas em torno da temática do algodão e outros temas.

O projeto Neve Insular nasceu em 2018, enquadrado no concurso “Boka Panu” promovido pelo Centro Nacional de Arte Artesanato e Design (CNAD) e enquadrado no Salão Created in Cabo Verde, da Feira de Artesanato e Design (URDI), e que tinha por tema o padrão da panaria cabo-verdiana como matéria criativa.

Uma oportunidade que Vanessa Monteiro e Rita Rainho, as promotoras do projeto, encontraram para lançar a ideia que gira em torno do algodão, não com o objetivo final de produzir material para indústria têxtil, mas, sim, criar uma plantação orgânica para responder como matéria-prima para um “laboratório criativo”.

O porto seguro do “Neve Insular” encontra-se no Centro Agroecológico do Madeiral, periferia da ilha de São Vicente, onde os trabalhos estão a ser desenvolvidos em parceria com a Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral (AAPCM).

Inforpress