UCID exige “medidas urgentes” e diálogo para potencializar desenvolvimento da ilha do Fogo

Durante uma declaração política hoje no Parlamento, João Santos Luís disse que na sequência de uma visita que recentemente efetuou à ilha pôde constar que existem aspetos importantes que se forem dadas uma atenção especial podem proporcionar um melhor desenvolvimento e crescimento da ilha do Fogo.

“Importa salientar que a ilha do Fogo tem excelentes potencialidades de desenvolvimento nos três sectores importantes da economia, nomeadamente sector primário – agricultura pesca e pecuária -, sector de transformação e no sector terciário que inclui do turismo”, disse o também presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID – oposição).

No sector primário indicou que apesar de constatar pequenos avanços, precisa de uma atenção muito especial dos poderes instituídos para que possa dar um melhor contributo à economia tanto nacional como regional.

“Deparamos com muitas reclamações dos agricultores, nomeadamente falta de água para a escassez de apoios para prosseguirem as suas atividades no sector, o que poderiam atrair os jovens para a faina agrícola. O sector da transformação é fundamental, mas depende da forma como está organizado o sector primário. Constatamos, por exemplo, que existe um centro de transformação de produtos agrícolas em São Filipe que foi construído há muitos anos e que nunca entrou em funcionamento”, lamentou.

O líder dos democratas-cristãos disse ter registado queixas dos criadores de gado relacionadas com ataques do caso vadio aos gados, com as autoridades locais e centrais a demonstrar alguma inércia e assobiando para o lado face aos vários prejuízos advenientes da agressividade.

Falou também do sector das pescas, que afirma se encontra desorganizado, com pescadores a apontarem diversos problemas que os tem prejudicado nas suas atividades.

Por outro lado, o deputado da UCID adiantou que a ausência de transportes marítimo e de e para ilha para escoamento de produtos e mobilidade das pessoas é uma realidade que não se pode esconder.

“Esta falta de transporte é igualmente sentida várias vezes no abastecimento de vários produtos alimentares na ilha bem com o transporte de ração para animais”, disse.

Relativamente às obras visitadas, João Santos Luís disse ter constado constatar que os anúncios feitos pelo Governo, por vezes, não passam de propaganda e de publicidade enganosa.

“O asfalto do acesso ao cais em que prazo era de 150 dias já conta com mais de dois anos de atraso. A placa do início da obra, colocada na zona de Xaguate não tem data de início da obra configurando uma autêntica fraude aos contribuintes da ilha do Fogo, o anel rodoviário da ilha do Fogo encontra-se completamente estagnado já nem se fala nesta obra”, citou.

João Santos Luís defendeu um diálogo mais salutar e frequente entre as autoridades locais e centrais e desafiou o Governo a desenhar medidas e políticas urgentes e encontrar soluções adequadas para determinados aspetos que, na sua perspetiva, podem concorrer para um melhor desenvolvimento da ilha.

“A descentralização do turismo, ou seja, criar as condições para que ilha do Fogo consiga um turismo de qualidade, pois o potencial existe, resolver o problema dos transportes para a ilha do Fogo, permitindo de forma natural a entrada e escoamento do produto em tempo oportuno, melhorar as condições tanto para faina agrícola como a pesca e encontrar uma solução para evitar a agressividade e evasão dos cães vadios que matam os gados dos criadores”, apontou.

Inforpress