
Sábado, 2 de Dezembro, 2023
Os trabalhos vão decorrer na cidade de Sal Rei até sábado, no âmbito do projeto de Cooperação Territorial, financiado pela União Europeia no quadro do Programa Mac 2014-2020, avançou a mesma fonte, em comunicado de imprensa.
O referido projeto tem como principal objetivo a implementação de uma Rede de Parques Arqueológicos da Macaronésia, prosseguiu ainda a nota.
Realizada por consórcio de empresas de mergulho nacional e do Senegal, acompanhados por arqueólogos da Universidade Nova de Lisboa e afetos ao Escritório Regional da Unesco em Kdar, a prospeção é “o pé de saída para a criação do parque arqueológico subaquático”.
Segundo o IPC, no quadro deste programa já foram desenvolvidas várias atividades, nomeadamente ações de sensibilização e informação sobre o Património Subaquático, o inventário e catalogação dos naufrágios ocorridos em Cabo Verde, a melhoria dos espaços de interpretação como o Museu do Mar em São Vicente, o Museu de Arqueologia da Boa Vista e várias outras iniciativas.
Em junho, o país inaugurou o Museu de Arqueologia da Boa Vista, devolvendo o espólio arqueológico à ilha onde se registaram a maioria dos naufrágios no arquipélago.
O Museu de Arqueologia da Boa Vista fica situado no antigo edifício da Alfândega Velha em Sal Rei, que foi reabilitado.
O museu contém acervos arqueológicos recolhidos na Boa Vista desde a década de 1990, ilha onde decorreram mais de 80% dos naufrágios no arquipélago e os objetos estavam expostos no Museu de Arqueologia da Praia.
Descoberta em 1480 por navegadores portugueses, a Boa Vista dista cerca de 450 quilómetros da costa africana e conheceu o seu desenvolvimento a partir do século XVII quando se percebeu a qualidade do sal ali existente, que se tornou na sua maior fonte de rendimento, atraindo empresários de vários pontos, incluindo estrangeiros.
Assim, a costa da ilha ficou também conhecida por ter sido palco de históricos naufrágios e ataques de piratas e corsários, uma vez que assumiu papel crucial na exportação de sal a partir de Cabo Verde.
Só na segunda metade do século XIX há registo de pelo menos 50 naufrágios de navios de várias nacionalidades ocorridos ao largo da Boa Vista, atualmente a segunda ilha mais turística do arquipélago – depois do Sal – onde também foi reabilitado o secular Forte Duque de Bragança, que defendia a ilha dos piratas.
Lusa
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