Cabo Verde: Aumento dos preços “desespera” consumidores e empresários

Em Cabo Verde, a falta de emprego, a não atualização dos salários e o aumento vertiginoso dos preços registado nos últimos tempos levam os cidadãos a dizer que a situação está muito difícil, enquanto regista-se um aumento da pobreza e, em paralelo, da criminalidade.

No discurso por ocasião do Dia da Liberdade e Democracia, 13 de Janeiro, o Presidente da República, José Maria Neves, lembrou que 74 mil pessoas vivem na extrema pobreza e 47 mil em situação de insegurança alimentar numa população de meio milhão de habitantes.

Especialistas apelam a um controlo maior das agências de regulação.

O último grito das populações deu-se recentemente com o aumento de preços do pão, alimento muito utilizado na dieta familiar, depois de o Governo deixar de subsidiar a farinha de trigo.

Dona Isabel é vendedora ambulante de peixe e afirma que tem sentido muitas dificuldades para comprar os géneros alimentícios devido aos preços praticados.

“A vida está cara… estou a viver mesmo mal porque as coisas estão todas difíceis.. solução é para o Governo nos ajudar”, pede.

Paulo Cardoso é bombeiro municipal na capital e diz que, neste momento, faz uma grande engenharia para conseguir comprar os produtos alimentares e outros necessários.

“Está mesmo complicado… ainda fica mais difícil uma vez que há quase 10 anos que não tenho aumento salarial”, contq à VOA.

A preocupação com os custos também joga no campo dos empresários, que reclamam a perda nos lucros e redução do stock.

Elsa Vaz, dona de um mini mercado em Achada de Filipe, na cidade da Praia, diz que viu reduzida a margem de lucros em cerca de 10 por cento.

“A nossa principal preocupação tem a ver com os preços que aumentaram e muito, a nossa margem de lucro baixou e também temos a mesma dificuldade que os clientes o consumidor final”, lamentar a empresária.

Por seu lado, o economista Victor Fidalgo considera que, enquanto a guerra na Ucrânia não terminar, os cidadãos vão continuar a pagar o preço caro, embora entenda ser necessário maior dinâmica e controlo das reguladoras em relação às reguladas.

“O regulador precisa de melhorar os seus conhecimentos na matéria … digo isso exemplo no sector petrolífero que conheço razoavelmente bem… desde 2004 quando alinhamos o preço com o mercado internacional não houve mais nenhuma reforma profundamente nomeadamente em termos da logística”, afirma o também empresário.

O Governo tem anunciado algumas medidas para atenuar a situação, mas os resultados ainda não são visíveis.

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