
Sábado, 2 de Dezembro, 2023
Apesar da popularidade, o vestuário em segunda mão está a enfrentar uma resistência crescente em Uganda. O Presidente do país, Yoweri Museveni, declarou em agosto que estava a proibir a importação de vestuário usado, afirmando que os artigos vinham “de pessoas mortas”.
“Quando uma pessoa branca morre, juntam as suas roupas e enviam-nas para África”, disse Museveni.
As autoridades comerciais ainda não aplicaram a ordem do presidente, que precisa de ser apoiada por uma medida legal, como uma ordem executiva.
Outros governos africanos também estão a tentar impedir os carregamentos, afirmando que o negócio equivale a “dumping” e prejudica o crescimento das indústrias têxteis locais.
O bloco comercial da Comunidade da África Oriental – composto pelo Burundi, Congo, Quénia, Ruanda, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda – recomendou a proibição das importações de vestuário usado desde 2016. No entanto, os Estados membros não a aplicaram ao mesmo ritmo, devido à pressão de Washington.
No Uganda, a ordem do presidente espalhou o pânico entre os comerciantes, para quem essa proibição, se aplicada, significa um desastre. Eles vendem roupa usada em dezenas de grandes mercados ao ar livre em todo o país de 45 milhões de habitantes, em bancas à beira da estrada e até em lojas de centros comerciais onde é possível comprar roupa em segunda mão comercializada como nova.
As roupas são baratas e baixam ainda mais de preço à medida que os comerciantes arranjam espaço para novas remessas: um par de calças pode custar 20 cêntimos, um lenço ainda menos.
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