Parlamento: MpD apela a debate construtivo sobre a segurança ao invés do alarmismo

O líder da bancada do Movimento para a Democracia (MpD), defendeu hoje um “debate construtivo e não ao alarmismo” em relação à questão de segurança e que se evite a tentação de passar o pânico à sociedade cabo-verdiana.

Paulo Veiga, que intervinha no arranque da interpelação ao Governo sobre “As políticas para o reforço da segurança pública em Cabo Verde” nesta primeira sessão de Junho, começou por dizer que, ao longo das duas últimas décadas, a segurança dos povos tem constituído uma das principais preocupações dos cidadãos em todo o mundo e, também, dos cabo-verdianos.

“Somos forçados a reconhecer que, apesar dos investimentos e melhorias que vêm sendo introduzidos, a percepção de insegurança por parte dos cabo-verdianos continua ainda elevada, como resultado dos picos de criminalidade juvenil urbana, sobretudo localizada na cidade da Praia, mas também, como resultado de discursos apocalípticos, por vezes irresponsáveis e até de incitação por parte de alguns, que não se dão ao trabalho de participar na criação de soluções, e limitam a sua existência na procura de votos e de legitimação”, disse o líder da bancada do partido que sustenta o Governo.

É por esta razão, Paulo Veiga apelou a todos que este debate não resvale para a perspectiva dicotómica em que uns são ignorantes, insensíveis e que não sabem o que fazer, enquanto outros têm a solução, mas não podem dizer nada, limitando-se a apontar o dedo e a incitar a inquietude da sociedade.

“Ainda estamos longe das eleições e o espaço para o debate é amplo. É aqui no parlamento, com seriedade, sem truques e, sobretudo, sem o móbil de produzir barulho na comunicação social e nas redes sociais para produzir dividendos políticos. O assunto é sério e os cabo-verdianos estão atentos às nossas decisões”, frisou.

Conforme disse, a elevada percepção de insegurança reinante na sociedade cabo-verdiana é uma questão que não deve deixar de merecer maior atenção, estando os actores cientes de que, ao fazê-lo, está-se a procurar caminhos para o bem-estar comum.

“Esperemos que desta vez seja um debate construtivo, pois, em meados do ano passado, o PAICV já tinha agendado um debate sobre a segurança como factor de estabilidade e desenvolvimento e, em Dezembro último, fez declarações políticas sobre o mesmo tema, sem que conseguisse apresentar uma única proposta ou apontar um único caminho”, afirmou.

Assim, o MpD aguarda, segundo Paulo Veiga, “com elevada expectativa” que a bancada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) apresente as suas propostas de políticas para o reforço da segurança pública em Cabo Verde.

“Afinal, o país é de todos nós e a segurança é um direito fundamental, consagrado no artigo 30º da nossa Constituição”, realçou para quem não se deve estar “constantemente à procura de casos para os tornar realidades”.

Inforpress

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