Pequenas empresas de Cabo Verde ‘mostram-se’ em fórum de investimento esperando bons negócios

Foto página Vice-PM

Pequenas empresas de Cabo Verde ‘mostram-se’ em fórum de investimento esperando bons negócios

Carpaccios de peixe, bonecos de folha de bananeira, perfumes, licores, doces e queijos são alguns dos produtos que empresários estão a mostrar no 4.º fórum de investimentos de Cabo Verde, esperando fazer bons negócios e aumentar o mercado.

A marca “Do Farol” aterrou na ilha do Sal com os seus dois carpaccios de atum, produtos gourmet que o diretor executivo da empresa, Tommy Melo, disse ser transformado em comunidades piscatórias na ilha de São Vicente e baseado nos três pilares de sustentabilidade: ambiental, social e económico.

“Mostrar que é possível valorizar o nosso produto, chegar a patamares de excelência a nível gourmet internacional, e atingir esses mercados e, ao mesmo tempo, trazer maiores benefícios sociais e económicos para o país, respeitando e tendo muito em conta a sustentabilidade ambiental”, explicou à agência Lusa o responsável.

Com o lema “Cabo Verde is Open to the World” (‘Cabo Verde está aberto ao Mundo’), o encontro que termina hoje pretende ser “um instrumento privilegiado de mobilização de investimentos para o setor privado cabo-verdiano”, promovendo o acesso dos empresários e promotores nacionais aos mercados de capitais nacionais e internacionais.

No meio do burburinho, de visitas, contactos, entrevistas e vendas, o diretor avançou que levou à feira uma proposta de expansão para uma marca mundial, que disse foi “muito bem aceite” pelos investidores e agora vai passar para uma fase de análise.

A “Do Farol” apresenta-se como uma empresa “de família para família”, criada para compartilhar os pratos elaborados à beira-mar, vivendo com faroleiros e pescadores, no país, desde o final do século XIX.

Também da ilha de São Vicente chegou a marca Quinta Ojuara, com o queijo (seco e fumado) produzido desde 2014 na Ribeira de Passarão, e agora quer exportar os seus produtos para o Sal e outras ilhas do país, conforme manifestou Eliana Fortes, secretária e promotora dos produtos.

“Fazer bons negócios e aproveitar para conseguir mais contactos. É uma ótima oportunidade”, avaliou a porta-voz da empresa, que serve ainda doces de leite e de tamarino.

Da ilha de Santiago, mais concretamente de Santa Cruz, a artesã Maria da Graça apresentou os bonecos de folha de bananeira, um dos produtos agrícolas característicos desse concelho do Leste da maior ilha do país, e disse esperar “bons resultados” no fórum.

“Espero fazer bons negócios”, perspetivou a artesã, que já levou os bonecos a todas as ilhas de Cabo Verde e a muitos outros países, como Índia, onde também fez “sucesso”.

Fundada em 2020, a Água de Cabo Verde é uma marca de perfumes, criados a partir de matérias-primas do arquipélago (flores, limão, menta, eucalipto), e que está aproveitar a feira para espalhar as suas fragrâncias e ser mais conhecida.

A partir de agora, a fundadora da marca, Maria Giovanna Mendes, que nasceu em Itália, filha de mãe cabo-verdiana e pai italiano, espera não só levar os produtos a mais ilhas do país, além também de Santiago, e a outros países, sobretudo africanos.

Os licores e ponches da empresa CR Produções, feitos também a partir de frutos nacionais (maracujá, erva doce, manga e gengibre), com a marca “Kretcheu” (meu amor), chegaram da cidade da Praia e também podem ser degustados na feira.

“A partir de agora, passamos a ser mais conhecidos, esta feira foi uma ação de marketing bastante considerável para nós, estamos abertos a parceiros e à espera de contactos de investidores”, afirmou Celina Reis, sócio-gerente da empresa, que também produz geleias de manga, fruto típico desta altura no arquipélago.

Nesta quarta edição do fórum, estão em destaque, como os principais eixos de desenvolvimento sustentável do país, os setores da Economia Digital, Economia Azul, Energias Renováveis, Transporte Marítimo e Aéreo, Serviços Financeiros, Agro-negócio e Turismo.

O fórum regressou ao país após duas edições realizadas no estrangeiro, sendo organizado pelo Governo, em parceria com a Cabo Verde Tradeinvest, entidade pública que promove a captação de investimento estrangeiro para o arquipélago.

A primeira edição realizou-se também na ilha do Sal, em julho de 2019, seguiu-se, em setembro de 2019, em Boston, e terceira edição do evento foi realizada em fevereiro último, no Dubai, no âmbito da participação do país na Expo 2020 Dubai.

Cabo Verde vive uma profunda crise económica, após uma recessão de quase 15% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, face à ausência de turismo provocada pela pandemia de covid-19, setor que garante 25% do PIB e do emprego do país.

O Governo cabo-verdiano admite que a economia possa ter crescido entre 6,5 e 7,5% em 2021, impulsionada pela retoma da procura turística, e prevê 6% de crescimento em 2022, que foi revista para 4%, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia.

Na semana passada, o Banco de Cabo Verde (BCV) anunciou a revisão em baixa e uma moderação do crescimento económico para 2022 no intervalo de 3,5% a 4,5%, justificada com o conflito na Ucrânia e a tensão geopolítica.

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