
Sábado, 2 de Dezembro, 2023
O Presidente da República manifestou-se hoje apreensivo com a rejeição do projecto-de-resolução sobre a celebração oficial do Centenário do Nascimento de Amílcar Cabral e disse esperar por uma estreita articulação dos órgãos de soberania para elevação desta efeméride.
Em conferência de imprensa, José Maria Neves lamentou a falta de entendimento dos parlamentares, considerando que o debate “não foi muito feliz”.
O chefe de Estado afirmou que “nestas questões deve-se discutir antes, por forma a se chegar a um entendimento, a consensos antes de se fazer uma disputa pública com deslizes que acontecem.
José Maria Neves disse que “o campo político está muito polarizado, cada um na sua trincheira, com posições extremadas”, razão pela qual, disse, recebeu com naturalidade a rejeição do documento pelo parlamento, sublinhando que o “país está muito polarizado, as discussões muito rasas, sem argumentos, debates muito fulanizados, enquanto “a política exige educação e elegância.
Ainda assim, o mais alto magistrado da Nação considerou que “ainda vamos a tempo de chamar a razão de todos, para que de modo convergente poder-se encontrar uma forma de comemorar condignamente os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral.
Nesta linha, augurou votos para que em 2024 o país possa comemorar condignamente o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, enquanto uma figura incontornável da história de Cabo Verde, que deve ser lembrado pelo seu enorme contributo para a independência de Cabo Verde, da Guiné Bissau e dos países africano de expressão portuguesa.
“A luta, como Cabral dizia, era também um enorme contributo para a democratização em Portugal”, recordou o chefe de Estado, para quem se torna necessária a positividade para procurar pontos, consensos, entendimentos, no sentido de se valorizar a nossa história na construção de uma sociedade de amizade.
Todos os países, sublinhou José Maria Neves, devem cuidar dos seus símbolos, heróis, ter o dever de memória e fazer tudo para elevar o mais alto o nome daqueles que se distinguiram no processo do desenvolvimento histórico dos seus países.
“Se no limite, os políticos não chegarem a entendimento, a figura de Amílcar Cabral é consensual, de modo que as universidades, as ONG, as fundações, as escolas, os investigadores estarão, com certeza, na linha da frente para comemorarmos condignamente esta data”, realçou.
Recordou que enquanto primeiro-ministro patrocinou centenários como os de comemoração dos 100 anos do nascimento dos escritores António Aurélio Gonçalves, em 2001, Jorge Barbosa, em 2002.
Disse esperar que o país comemore condignamente em 2033 os 500 anos da criação da Diocese de Santiago de Cabo Verde e em 2036 os 100 anos da Fundação do Movimento Claridoso.
O parlamento cabo-verdiano rejeitou esta segunda-feira, 30, o projecto-de-resolução sobre a celebração oficial do Centenário do Nascimento de Amílcar Cabral, com 34 votos contra do MpD (poder) e 32 favoráveis, dos quais 28 do PAICV e quatro da UCID (oposição).
Inforpress
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