
Quarta-feira, 29 de Março, 2023
Segundo Carlos Santos, na tentativa de controlar a propagação da pandemia, as autoridades têm adoptado algumas medidas, que vão desde a declaração da situação de contingência passando pela calamidade até ao estado de emergência.
“No caso de Cabo Verde, a liberdade de imprensa e o direito de informação não sofreram restrições no contexto da covid-19”, indicou o líder da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde, acrescentando que, apesar disso, a AJOC foi obrigada a reagir à intenção manifestada pelo Governo de responsabilizar judicialmente os órgãos de comunicação social que publicassem informações não verdadeiras no momento do estado de contingência em que o País vivia.
Lembrou que na altura a AJOC considerou que a instauração da situação de contingência ou do estado de emergência não podia significar a suspensão ou o fim da democracia e, logo, da liberdade de imprensa.
Para Carlos Santos, o “bom senso imperou”, fazendo com que o Governo recuasse na sua medida.
O presidente da AJOC fez essas considerações na abertura da conferência/debate sobre “Jornalismo em tempos de pandemia, evento promovido pela organização da classe para assinalar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se comemora em todo o mundo.
Citando a Repórteres Sem Fronteiras, disse que em várias partes do mundo as autoridades tomam como pretexto a crise sanitária para reforçarem o seu controlo sobre as informações e aumentar as condenações dos jornalistas, “tudo para minimizar o número de mortes relacionado com covid-19”.
“A crise sanitária gerada pela covid-19 está a desafiar os órgãos de comunicação social a reformatar o seu modelo de negócios e a obrigar os jornalistas a repensar o exercício da sua profissão, apostando decididamente na criatividade e na inovação no contexto das novas tecnologias de informação e comunicação”, concluiu o presidente da AJOC.
Por sua vez, a embaixadora Sofia Moreira de Sousa congratulou-se com o facto de a conferência “Jornalismo em tempos de pandemia”, no quadro do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, ser o primeiro evento a que a União Europeia se associa, num mês denominado Mês da Europa, que se celebra a 09 de Maio.
Para Sofia Moreira de Sousa, a liberdade de imprensa é um “valor fundamental” da União Europeia que tem sido apoiada por muitas iniciativas recentes.
Entretanto, à margem da cerimónia de abertura da referida conferência foram entregues os prémios de jornalismo referentes a 2021, cabendo ao Presidente da República entregar ao vencedor na categoria de Televisão, Victor Sousa, da TCV, que concorreu com a reportagem “Sal 100 turismo”.
Além do jornalista da Televisão de Cabo Verde, foi ainda vencedor do Prémio Nacional de Jornalismo, o repórter da Rádio de Cabo Verde, Jefferson Gomes, com a reportagem “Cabo Verde aos olhos de quem liderou o País”.
Este ano, o júri decidiu atribuir duas menções honrosas, sendo uma para o trabalho intitulado “Descrição e documentação do crioulo do Fogo”, da jornalista Ariana Vaz, da RCV, e outra foi para Dina Almeida, da Record-TV, que apresentou o trabalho intitulado “Problemática do abuso sexual de menores em Cabo Verde”.
Na categoria de Imprensa, o júri entendeu não atribuir nenhum prémio, tendo em conta que, na actual edição do PNJ, “não foi encontrado nenhum trabalho que justificasse a escolha de algum deles” para o prémio.
Durante a conferência sobre o jornalismo em tempo de pandemia foram desenvolvidos temas, como: “Os desafios do Jornalismo no contexto de emergência sanitária”, a cargo da presidente do Sindicato dos Jornalistas de Portugal, Sofia Branco, e “O papel da regulação dos media perante restrições de direitos dos cidadãos”, pela presidente da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social, Arminda Barros.
O último painel “Investigação jornalística num Estado de excepção constitucional e desinformação” ficou sob a responsabilidade do docente universitário Daniel Santos.
Inforpress/Fim
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