
Sábado, 23 de Setembro, 2023
O presidente do PAICV, Rui Semedo, disse hoje, no Mindelo, que as declarações do ministro do Mar, que anunciou “coimas” e pediu “juízo” à CV Interilhas, demonstram incapacidade em resolver o problema dos transportes marítimos.
O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição), Rui Semedo, teceu estas considerações aos jornalistas à saída de um encontro com o ministro do Mar, Abraão Vicente, cumprindo o primeiro ponto da sua visita à ilha de São Vicente, em que aproveitou para abordar com o governante o sector dos transportes marítimos por considerá-lo “fundamental para o desenvolvimento económico do País e para a circulação de pessoas e bens”.
Para Rui Semedo, o papel do ministro não é vir a público questionar, colocar os problemas e chamar a atenção das empresas. Revelou que o ministro, neste caso o Estado, através do Governo de Cabo Verde, o seu papel é resolver os problemas.
“Acho que a sociedade não fica satisfeita apenas com as críticas do ministro. Aliás o Governo tem de ir além das críticas. Eu acho que deu um sinal de que não há espaço para diálogos fecundos e saudáveis nos espaços próprios com os parceiros próprios”, defendeu o político para quem quando a tutela vem à praça pública chamar a atenção dos problemas “é a demonstração da incapacidade e da impotência do Governo”.
“Nós enquanto cabo-verdianos, enquanto governados, precisamos não da impotência, mas da comunicação do problema resolvido e dos barcos a estabelecerem as ligações. São Nicolau, Brava, Fogo, Sal e as outras ilhas estão com problemas. Estamos com problemas por causa do número insuficiente de embarcações que não chegam para as solicitações e exigências neste momento”, sustentou a mesma fonte, dizendo que se trata de um “problema global”, mas que afecta “uma ilhas mais do que outras”.
Conforme o líder do PAICV “o próprio Governo reconhece que tem constrangimentos diversos” e as próprias “declarações do ministro tem demonstrado um mal-estar entre o Estado e a empresa” CV Interilhas, que se encarrega dos transportes marítimos, “o que significa que algo vai muito mal”.
Segundo Rui Semedo, por um lado esta situação, tal como está hoje, “vem dar razão às críticas que foram avançadas há muito tempo pelo PAICV”, mas referiu que, “se essas críticas tivessem sido ouvidas a tempo hoje Cabo Verde não estaria a pagar os custos de oportunidade, custos económicos, custos de tempo perdido, custos dos prejuízos às pessoas, às empresas e às famílias”.
“Não nos interessa ter razão. O mais importante é que haja disponibilidade para um diálogo entre todos. Quem governa, quem esteja na oposição, à sociedade, os operadores, temos de ter a abertura suficiente para dialogarmos e melhorar este sector dos transportes”, sustentou, adiantando que esta situação “não é consequência da falta de propostas e medidas mas sim da falta de implementação, na prática, dessas medidas”.
Além do encontro com o ministro do Mar, Rui Semedo cumpre, até Domingo, uma agenda de encontros com responsáveis de instituições públicas e privadas, empresas e associações em São Vicente. No Sábado, o presidente do PAICV também fará a abertura do Ano Político para militantes, amigos e simpatizantes do PAICV, no Auditório Onésimo Silveira, da Universidade do Mindelo.
Inforpress
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