Programa MAC: Cabo Verde pode partilhar experiências adquiridas com países da CEDEAO, diz embaixadora da UE

A embaixadora da União Europeia considerou hoje que Cabo Verde tem se destacado como o país mais ativo do Programa MAC 2014-2020 e realçou que o arquipélago pode partilhar as experiências adquiridas com países da CEDEAO.

Carla Grijó fez esta constatação durante a abertura das jornadas de apresentação dos projectos aprovados com Cabo Verde na segunda convocatória do Programa Interreg Mac 2014-2020, que decorre na Cidade da Praia, nos dias 13 e 14 deste mês.

O programa regional MAC 2014-2020 visa dar respostas aos desafios comuns e promover a cooperação entre a Madeira, Açores e Canarias, enquanto regiões ultraperiferias da União Europeia e os países terceiros como Cabo Verde, Senegal e Mauritânia.

Segundo disse, Cabo Verde tem-se destacado como o país mais ativo do programa, sendo que na edição 2014-2020 participou em 94 dos 124 projetos aprovados, envolveu 156 entidades cabo-verdianas nos sectores como investigação desenvolvimento tecnológico e inovação, competitividade das empresas adaptação às mudanças climáticas, conservação do meio ambiente, melhoria da capacidade institucional e da eficiência da administração pública.

“No âmbito deste programa Cabo Verde tem adquirido uma experiência na concretização dos projetos e penso que pode ser válida agora também para replicar na cooperação com outros estados membros da CEDEAO em particular com aqueles com os quais partilha a mesma língua como é o caso de São Tomé e Príncipe”, apontou.

Carla Grijó adiantou que o programa de cooperação territorial europeia Interreg Mac 2021-2027, que se encontra em processo de aprovação, “é ambicioso” sendo que representará um montante global de 200 milhões de euros, um aumento de 50 milhões de euros em relação ao ciclo anterior.

Entretanto, acrescentou que Gana, São Tomé e Príncipe, Gâmbia e Costa do Marfim irão juntar-se aos países terceiros, nomeadamente Cabo Verde, Senegal e Mauritânia, que participam no programa.

A diplomata assegurou que no período de 2021-2027 o programa deverá ampliar a sua área geográfica para aprofundar a cooperação baseada em interesses e valores partilhados tendo em vista alcançar objetivos comuns em matéria de inovação e competitividade, transição climática energética, transição digital, mobilidade e governação.

Acrescentou que a digitalização será uma nova área para o próximo período, mas a questão do acesso universal à água e a um preço compatível com o poder de compra das populações constitui também como uma preocupação partilhada por outros arquipélagos da Macaronésia.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo secretário de Estado das Finanças, Alcindo Mota, que considerou que a “boa implementação” dos projectos desta segunda convocatória será um bom prelúdio para uma melhor cooperação e coordenação dos projectos do programa MAC 2021-2027.

Segundo o governante, a ambição do executivo é que durante a implementação de cada um dos projetos seja possível também contribuir para consolidar as relações de amizade, de cooperação e de parceria.

“Que cada projeto deixa a sua marca e a sua contribuição em prol do desenvolvimento e do bem-estar das populações, só assim faz sentido todo o esforço de várias gerações para aproximar dos territórios que a natureza quis caprichosamente separar no Atlântico que também nos une”, sublinhou.

Dos 68 projetos aprovados na Segunda Convocatória, 54 têm a participação de pelo menos uma entidade cabo-verdiana.

Durante o evento, que conta com a participação de altas individualidades das Canárias, Açores, Madeira e Cabo Verde vão ser ainda apresentados 35 projectos nas mais diversas áreas.

Inforpress

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