
Sábado, 3 de Junho, 2023
O bispo de Santiago, Dom Arlindo Furtado, disse que a Semana Santa serviu para as pessoas “recarregarem as baterias, em termos espirituais”, depois de dois anos sem grandes manifestações públicas da fé, por causa da pandemia de covid-19.
“Depois de dois anos de ausência, praticamente, em termos de grandes manifestações públicas da fé, as pessoas estavam com fome e sede e souberam aproveitar para recarregarem, digamos, as baterias espirituais”, afirmou o Cardeal.
Na sua perspectiva, a Semana Santa foi uma oportunidade para as pessoas darem o testemunho da sua fé, porque, sublinhou, esta não se limita ao âmbito da vida privada, mas sim abrange todas as dimensões da pessoa como crente e comunidade de crentes.
Segundo ele, houve uma “grande participação do povo cristão”, conforme relatos que lhe chegaram da parte dos responsáveis das paróquias da sua Diocese.
O prelado fez essas considerações ao fazer o balanço da Semana Santa, à margem da conferência quaresmal da Paróquia de São Filipe Apóstolo, na Cidade da Praia, em que foi um dos oradores sobre o tema: “Jesus é o Vencedor da morte e Salvador do Mundo”.
Para o responsável da Diocese de Santiago, houve uma “boa caminhada quaresmal”, em que muitas paróquias tiveram a iniciativa de promover catequeses e conferências quaresmais, com vista a ajudar os cristãos a aprofundarem a sua fé.
“O conhecimento é muito importante para vivermos com consciência clara nas diversas dimensões da nossa fé e, ao mesmo tempo, poder transmiti-la e explica-la aos outros que exigem e esperam de nós uma clarificação em relação àquilo que, de facto, constitui o núcleo essencial da nossa adesão a Jesus Cristo, o que nos dá o sentido da nossa existência neste mundo e na eternidade”, explicou Dom Arlindo Furtado.
Instado se durante o período quaresmal esteve em todas as paróquias, nomeadamente as da Praia, onde está a sede do bispado, informou que esteve ligado mais à de Nossa Senhora da Graça, onde está a sede do bispado, mas pôde marcar presença em algumas da capital e do interior de Santiago.
“Estão lá [nas paróquias] os párocos que são delegados do bispo e em tudo que é importante, como é o caso de baptismo de catecúmenos, entram em contacto com o bispo pedindo autorização para fazerem a administração do sacramento da iniciação”, esclareceu o chefe máximo da Igreja Católica na região do Sotavento.
Perguntado se a existência de várias ceitas religiosa em Cabo Verde não preocupa a sua igreja, Dom Arlindo Furtado respondeu nesses termos: “A invasão das seitas não começou agora. Parece que terá havido algum abrandamento. A invasão já vem dos finais dos anos 70 e 80 do século passado. Muitas prometem milagres e solução de problemas de uma forma imediata e quase mágica e houve muita procura porque há gente que se deixa iludir”.
“Agora, parece-me, que há mais estagnação”, apontou o bispo de Santiago, referindo-se ao surgimento de seitas religiosas no País.
De acordo com as suas palavras, as pessoas já começaram a tomar “mais consciência da seriedade, da profundidade da fé e das suas implicações porque a cruz também faz parte da vida”.
“As promessas das seitas não se transformam em realidade e às tantas as pessoas começam a tomar consciência de que a vida é uma luta, Jesus está connosco e com Ele vamos vencer”, apontou.
Para o cardeal, esta tomada de consciência por parte dos cristãos se deve também, por um lado, à criação de novas paróquias e, por outro, a novos padres e novos animadores pastorais leigos, religiosos e religiosas.
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