Brava: Psicólogo defende responsabilização dos portadores do HIV pelos comportamentos de risco

Adilson Bango, psicólogo da Delegacia de Saúde da Brava defendeu esta sexta-feira, 07, que é necessário começar a responsabilizar os portadores do HIV pelos comportamentos de risco como forma a pôr cobro à taxa de prevalência na ilha.

Adilson Bango falava à imprensa em modo de análise dos dados divulgados pelo delegado de Saúde da ilha em entrevista à Inforpress, demonstrando-se preocupado com a taxa de prevalência do HIV na Brava, onde anunciou 51 casos.

Segundo o psicólogo este é um dado sobre o qual já tinha conhecimento, confirmando também esta preocupação levantada pelo médico Hélder Pires, reforçando que é um “número considerável relativamente à população da ilha”.

Agora que já são conhecidos os dados, disse ser preciso fazer uma análise mais detalhada e mais específica destes números.

“O que pensar sobre 51 casos? Quais são essas pessoas e como têm aderido ao tratamento. Que orientações têm seguido? Têm sido seguidos com orientações, esclarecimento sobre a responsabilidade que possuem?”, questionou, sublinhando que é preciso seguir mais de perto esta situação.

“A questão não é somente os 51 casos, mas sim quantos ainda se encontram em anonimato”, disse, acrescentando que essa preocupação advém de alguns comportamentos de riscos que tem verificado em algumas pessoas portadoras do vírus.

Neste sentido, destacou que para uma comunidade como a Brava, pequena, é preciso fazer um trabalho junto das pessoas.

Neste sentido, defendeu que não é somente realizar palestras e informar as pessoas, mas também começar a responsabilizar as pessoas pelos seus comportamentos de risco de propagação do vírus.

“É importante fazer mais palestras, informar as pessoas, mas também é preciso ir ao fundo, identificar as pessoas e fazer um trabalho de sensibilização de responsabilização da propagação do vírus”, indicou.

Nesta mesma linha, enfatizou que existem duas questões que precisam ser analisadas, pois, sublinhou que é levantada sempre a questão da discriminação da pessoa com HIV, mas também há questão da responsabilidade, defendendo que “não se pode estar a mascarar ou confundir discriminação com a responsabilidade que as pessoas portadoras do vírus possuem”.

Igualmente, alertou que é preciso ver e analisar os novos casos que estão a surgir, assim como o número de óbitos por HIV para se poder definir estratégias e políticas assertivas relativamente à questão do HIV.

Quanto às estratégias e políticas, sublinhou que esta situação “deveria ser analisada de uma forma diferente, com um plano específico para trabalhar várias vertentes, dentre eles a questão da prevenção, educação das pessoas, mas sobretudo os portadores do HIV.

“É preciso sensibilizá-los sobre os seus comportamentos de risco, responsabilizá-los quando necessário porque senão pode-se perder o controlo da situação”, finalizou o psicólogo.

Inforpress

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