
Quarta-feira, 22 de Março, 2023
O Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) apresentou esta terça-feira, 14, na Assembleia Nacional o “Guia da Alimentação Infantil” que recomenda alimentação variada, equilibrada e saudável para os mais pequenos.
Apresentado pela especialista em psicologia clínica e coordenadora da obra, Edna Duarte Lopes, a mensagem deixada em declarações à imprensa é que “os cuidados com a alimentação infantil são fundamentais para a manutenção da saúde, para o desenvolvimento e para bons hábitos alimentares”.
“Uma alimentação saudável depende do estado de desenvolvimento da criança, se nos reportamos aos primeiros seis meses de vida. Uma alimentação saudável é o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses e depois vai-se introduzindo, gradualmente, uma alimentação variada, equilibrada e saudável”, disse.
Ainda segundo a especialista, com o guia pretende-se disponibilizar aos técnicos de saúde e à população em geral conhecimento científico na área de alimentação e nutrição, que lhes permite fazer intervenções, neste nível, com propriedade e base científica.
A médica, que aponta o leite materno como o melhor alimento e medicamento para crianças de zero a seis meses, realçou ainda que uma alimentação saudável deve incluir todos os alimentos existentes e reportados na roda dos alimentos.
O guia indica que, após os seis meses de vida, a alimentação para a criança em crescimento deve ser variada, com nutrientes que incluem lácteos, cereais, vegetais, frutas, proteínas animais; sal, açúcar, me e água.
Para além de uma boa alimentação, o livro indica, também, a necessidade de se educar as crianças para a actividade física.
Questionada se em Cabo Verde está-se a cumprir com tais directrizes, Edna Duarte Lopes realçou que do que tem percebido é que neste País a alimentação faz-se de uma forma “muito emotiva e idiossincrasia”.
A adaptação do guia é fruto do projecto PERVEMAC II, a nível dos arquipélagos da Macaronésia, para a promoção de alimentação saudável e tem como finalidade proporcionar conhecimento na área da literacia em saúde.
Em Cabo Verde, dados de 2018 fornecidos pelo MAA apontam que 11% das crianças menores de cinco anos apresentam desnutrição crónica, 4,4% desnutrição aguda, 5% insuficiência ponderal e 6% pré obesidade.
Já no que respeita à micronutrientes, a anemia por deficiência de ferro atinge 43% das crianças menores de cinco anos.
Inforpress