
Sexta-feira, 8 de Dezembro, 2023
A secretária de Estado para o Ensino Superior anunciou que o Governo, através da Uni-CV, vai lançar brevemente uma formação específica em inglês para habilitar 300 pessoas em comunicação científica, a partir de Janeiro de 2024.
Eurídice Monteiro deu esta informação ao presidir a primeira edição do “Open Day de Ciência e Cultura”, realizada pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no âmbito do seu 17.º aniversário, e da sua missão de promover a iniciativa científica na comunidade académica.
Segundo afirmou, nunca como hoje a sociedade dependeu tanto de resultados científicos para proporcionar melhor condição de vida, sublinhando ainda que nunca como hoje instituições internacionais e nacionais estão a investir e a pôr a ciência no centro das atenções, sobretudo depois da pandemia da covid-19, em que o mundo esteve parado à espera de resultados científicos das vacinas.
“Gostaria de deixar aqui uma preocupação, estamos a falar da cultura, língua também é cultura, mas infelizmente hoje em dia a língua da ciência é o inglês, temos sim que cultivar e valorizar a nossa língua nacional, temos sim que falar, escrever, produzir na nossa língua oficial, mas não podemos descorar o inglês” frisou.
Afirmou que hoje “todos os países lusófonos, sem exceção,” estão a apostar no inglês, mas lamentou que em Cabo Verde, “infelizmente”, a comunidade académica padece de constrangimentos relacionados com três elementos, a pequenez territorial, a pequenez populacional e o não domínio da língua inglesa.
“Portanto, precisamos apostar seriamente na língua inglesa”, defendeu, avançando que o Governo, através da Uni-CV, vai lançar uma formação específica de treinamento em inglês para fins académicos, pretendendo com isso formar 300 pessoas na primeira edição, já a partir de Janeiro de 2024, e com duração de um ano.
“Vai ser através da Uni-CV mas é aberta a todos os universitários, 100 professores universitários, 100 estudantes apenas, mas vão ter que concorrer, 50 técnicos universitários, 50 técnicos abertos a administração pública e privada”, explicou.
O objetivo, apontou, é durante um ano treinar o público universitário e alguns não universitários para adquirirem as habilidades necessárias para a comunicação científica no inglês, ajuntando que no dia a dia todos dependem da ciência, por meio das coisas mais pequenas, e insignificantes.
Por outro lado, a secretária de Estado para o Ensino Superior manifestou-se “preocupada” com o recente dado do Banco Mundial, que aponta Cabo Verde como país da CEDEAO com menos publicações por mil habitantes, estando atrás da Guiné-Bissau e do Togo.
“Significa que precisamos acelerar a nível da divulgação científica, publicar mais, participar mais em jornadas internacionais e outros, e para isso precisamos de estruturas de apoio, e é nisto que estamos a trabalhar”, assegurou, desejando que o evento seja memorável e um marco para novos rumos para produções científicas não apenas na Uni-CV como no país em geral.
Inforpress
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