Médicos e enfermeiros da Brava capacitados para melhorar qualidade de serviços prestados durante o parto

Os médicos e enfermeiros da delegacia de Saúde já se encontram “melhor capacitados” para prestarem um “serviço de qualidade” durante o parto, de forma que este seja uma “experiência positiva” para as mães.

Em declarações à Inforpress, Anya Andrade, médica ginecologista e obstetra do Ministério de Saúde, que exerce as suas funções no Hospital São Francisco de Assis, na ilha do Fogo, explicou que ministrou durante dois dias esta formação que finalizou hoje, conjuntamente com outra enfermeira obstetra do mesmo hospital, como forma de actualizar o partograma em uso.

Segundo a mesma fonte, esta formação foi organizada pelo Hospital Agostinho Neto na Praia, em parceria com o Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e a Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo como objectivo formar os profissionais que acompanham as mulheres no trabalho de parto em todo o país e em todos os níveis de atenção, sobre as melhorias que se quer fazer no acompanhamento durante o trabalho de parto.

Conforme lembrou, a OMS, desde 2018, fez novas recomendações para uma melhor assistência da mulher no trabalho de parto e uma delas é a actualização do partograma que é um instrumento para acompanhar a evolução da mulher no trabalho do parto.

Mas, explicou que a formação não é para que as grávidas passem a ter partos na Brava, uma vez que a maioria actualmente é encaminhada para o Hospital Regional.

“O que discutimos aqui é que o partograma foi elaborado para ser executado em qualquer nível de atenção, desde a primária até a terciária e independentemente do número de grávidas que realizarem o parto na Brava, devem ter qualidade na assistência que recebem e os profissionais devem estar capacitados, para prestar o serviço como em qualquer outro hospital do país”, disse a obstetra.

Por seu turno, o delegado de Saúde, Hélder Pires, realçou que o mais importante desta formação é a parte da humanização do parto, que muitas vezes têm sido feitas “sem o lado humano”, o que o novo partograma veio propor.

Ou seja, explicou que o intuito do partograma é que os profissionais de saúde, principalmente as enfermeiras estejam mais bem preparadas na altura do parto, para dar às mães o apoio que precisam e para que o parto seja uma “experiência mais benéfica e melhor para as mães”.

Quanto à transferência de grávidas para o Hospital Francisco de Assis no Fogo, informou que existe “um pouco de confusão” nesta matéria, esclarecendo que na Brava são realizados partos, sim, mas somente os de baixo risco.

Os partos de alto risco, prosseguiu, em todas as ilhas onde não possuem estruturas de saúde como Hospitais Regionais sempre são transferidos para estruturas com maior e melhores condições, uma vez as delegacias de saúde ou mesmo os centros de saúde “não possuem estruturas para realizar partos desta dimensão, daí são enviados para os Hospitais Regionais”.

Edna Campinha, enfermeira obstetra, participante da formação, considerou a mesma como sendo “importante”, uma vez que a formação lhes mostrou a importância de avaliar a grávida durante o trabalho de parto, como analisar os sinais de risco para agir atempadamente na transferência para o Hospital Regional no caso de complicações.

Uma outra enfermeira que demonstrou a sua satisfação com esta acção de capacitação foi Alcinda Machado, enfermeira chefe, explicando que na Brava existe somente uma enfermeira obstetra e a maioria são enfermeiros gerais.

Ne neste sentido, considerou de “grande valia” capacitar todos os enfermeiros para desempenhar esta função com melhor qualidade na sala de parto, e como é uma mudança que está a ser feita a nível nacional, “está a cair bem porque o partograma em uso já se encontra um pouco ultrapassado”.

Inforpress

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