Nadadores-salvadores da Praia apontam alcoolismo como “principal responsável” por afogamento e mortes no mar

Nadadores-salvadores da Praia apontaram hoje o alcoolismo como o “principal responsável” por afogamentos e risco de morte nas praias, sobretudo nesta época alta, em que o mar constitui dos principais atrativos de lazer.

Esta constatação foi feita à Inforpress por Carlos Andrade, nadador-salvador há 13 anos, quando realizava mais um dia de trabalho na praia de Prainha, das mais frequentadas na capital, após um fim-de-semana classificado de “trágico”, em que três pessoas perderam a vida no mar nas proximidades da Vila Esperança, quando praticavam pesca amadora.

Segundo contou, nesta época alta constatam muitas divergências, em que certos banhistas se comportam, outros não, com muitos jovens a frequentar praias para onde levam bebidas alcoólicas

“Muitos jovens vêm para praia e consomem muito álcool, mesmo sabendo que o mar tem a força da natureza”, disse, realçando que enquanto os nadadores-salvadores dão o máximo que podem para exercer bem o seu trabalho, sobretudo nesta época em que se regista muita correnteza no mar, o que pode causar problemas para quem esteja sob efeito de álcool.

Além do alcoolismo, indicou ainda “pessoas epiléticas” e crianças abandonadas pelos pais ou que não são vigiadas “como deve ser”, como outros fatores que têm causado risco de vida aos banhistas.

“Os banhistas devem consciencializar-se cada vez que frequentam as praias do mar de que devem entrar em contacto com os nadadores-salvadores, consultar a tela de segurança balnear fixada no areal e seguir a regra das bandeiras colocadas na praia”, sugeriu.

Carlos Andrade adiantou que é por isso que o Instituto Marítimo e Portuário (IMP) fixou uma placa de sinalização que ilustra o significado das bandeiras caso as pessoas não entendam o seu significado.

A bandeira amarela, explica, indica que se deve tomar banho com segurança, a verde indica boas práticas de banho, a vermelho proibição de entrada e permanência na água, sendo a última a bandeira xadrez, que indica praia temporariamente não vigiada.

Também o nadador-salvador Wilson Rodrigues reforçou que o desrespeito às regras impostas coloca muitas vezes em risco a vida dos banhistas e de outras pessoas.

Entretanto, alerta as pessoas para que sempre que frequentam uma praia observem primeiro as condições oferecidas pelo mar, através das bandeiras, e que respeitem as indicações dos nadadores-salvadores.

“Temos também agentes da polícia marítima sempre presentes nas praias, de modo que as pessoas têm que ter consciência que nesta época o mar estará a pedir chuvas, e por este motivo estará mais bravio, o que pode dificultar a vida aos banhistas”, afirmou, salientando que estes devem ir à praia e tomar banho com segurança.

A Polícia Marítima havia alertado aos banhistas há dias, em declarações à Inforpress, para alguns comportamentos de risco, tendo em conta o aumento de pedidos de intervenção nesta época de “grande procura” das praias, e tendo em conta o período das chuvas em que o mar é “normalmente mais agitado”.

Quanto aos meios para exercerem o seu trabalho, estes nadadores-salvadores da Praia afirmaram que têm “muitas dificuldades” de materiais, entre eles uma embarcação que lhes permitam fazer o resgate ao alto mar, uma vez que de momento trabalham com equipamentos para salvamentos mais perto da linha de água.

Daí que dizem estar à espera de melhores condições já solicitadas junto de instituições responsáveis pela área marítima, como a Câmara Municipal da Praia e o Instituto Marítimo e Portuário.

Inforpress

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