Representante residente do PNUD desafia Cabo Verde a apostar fortemente no voluntariado juvenil

O representante residente do PNUD, UNFPA e UNICEF em Cabo Verde, David Matern, desafiou esta segunda-feira, 06, o arquipélago a “apostar fortemente” no voluntariado juvenil, salientando que o voluntariado desempenha papel central na construção de sociedades mais igualitárias e inclusivas.

David Matern lançou este desafio quando fazia a sua intervenção na cerimónia de abertura da “conversa aberta” sobre “O papel do voluntariado no desenvolvimento do país”, promovida pela Presidência da República, no âmbito das comemorações do Dia da Defesa Nacional.

Segundo este responsável, o voluntariado desempenha um papel central no fortalecimento das relações entre a população e o Estado, promove melhor governança, ajuda a construir sociedades mais igualitárias e inclusivas, além de promover estabilidade.

“Em tempos globais de guerra, conflitos, situações de instabilidade social, ameaças ambientais que comprometem a paz, a segurança e o desenvolvimento, o voluntariado deve ser visto como oportunidade de minimizar os efeitos nefastos destes males sociais e ajudar a alavancar sociedades pacíficas, inclusivas, com justiça social e um ambiente sustentável”, afirmou.

Conforme realçou David Matern, os voluntários em todo o mundo estão estabelecendo parcerias estreitas com autoridades do Estado para enfrentar desafios urgentes de desenvolvimento, desde a mudança climática, a perda de ecossistemas e biodiversidade, até aos efeitos da pandemia da covid-19.

Reconheceu que embora os voluntários tenham mais oportunidades de se envolverem em atividades significativas, os pertencentes a grupos marginalizados permanecem em desvantagem.

“No caso das mulheres e meninas, o compromisso com as responsabilidades domésticas e cuidados limita as suas capacidades e engajamento em voluntariado em muitos países, daí que a abordagem de género neste contexto afigura-se primordial para combater a exclusão e desigualdade de gênero”, asseverou.

David Matern considerou ainda que o voluntariado pode promover uma cultura de colaboração na tomada de decisões, contribuindo para a definição e atribuição de prioridades sobre as questões que são importantes para o desenvolvimento, trabalhando em colaboração com as autoridades nacionais, sector privado, organizações da sociedade civil, parceiros de desenvolvimento, entre outros.

“Os voluntários têm a capacidade de reconfigurar as relações desiguais de poder e impulsionar mais justiça social. O voluntariado oferece diversas vias para promover a participação cívica”, afirmou, apontando que engajar voluntários como parceiros no desenvolvimento e avanço dos ODS é vital para o cumprimento da

Agenda 2030 e, principalmente, na promoção da paz, segurança e proteção ambiental.
Salientou ainda que cada vez mais, torna-se evidente que o voluntariado é imprescindível, sobretudo no contexto atual, em que países e regiões enfrentam enormes desafios ligados às guerras, conflitos, ameaças climáticas e outros.

Defendeu, por outro lado, a necessidade de os governos e a sociedade em geral trabalharem cada vez mais com os voluntários, engajando-se junto a eles como parceiros-chave e abrindo espaços para que possam colaborar com soluções de desenvolvimento.

“Cabo Verde, pela sua população ainda muito jovem, está no seu momento de apostar fortemente no voluntário juvenil. Gostaria de realçar que o voluntariado pode transformar o ritmo e a natureza do desenvolvimento”, realçou apelando a aposta contínua no engajamento de todos e o poder de influência por forma a contribuírem no processo de desenvolvimento sustentável do país.

Inforpress

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