
Sábado, 3 de Junho, 2023
A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) Maria da Luz Lima, assegurou que a falta de uma incineradora tem sido o principal constrangimento, em São Vicente, para o tratamento de resíduos hospitalares perigosos.
A responsável assegurou à Inforpress à margem de uma formação realizada a partir de hoje, no Mindelo, sobre gestão de resíduos hospitalares e direcionada para técnicos e entidades da zona do Barlavento.
A ideia da ação formativa, segundo a mesma fonte, é fazer as pessoas entenderem a importância de uma boa gestão dos resíduos hospitalares a nível nacional, embora, ainda existem alguns desafios como, no caso de São Vicente, onde não existe uma incineradora para a destruição dos resíduos hospitalares perigosos.
Maria da Luz Lima asseverou que o assunto já está a ser discutido juntamente com a câmara municipal, com a Delegacia de Saúde de São Vicente e com o Hospital Baptista de Sousa de modo a “operacionalizar rapidamente” a sua instalação.
“Trazemos essa preocupação que vamos trabalhar com as entidades locais para ver como dar um passo à frente na sua instalação”, adiantou.
A Inforpress contactou o vereador do Ambiente e Saneamento, José Carlos da Luz, que afiançou que a edilidade já cedeu o espaço na lixeira municipal para a instalação da incineradora e que só estão à espera de outros passos, entre os quais, a ligação de água e esgoto.
“Sabemos da importância desse aparelho e todos nós estamos engajados para que seja uma realidade em breve”, considerou.
Quanto à pertinência da formação em si, a presidente do INSP lembrou que a gestão dos resíduos no geral tem sido uma questão de saúde pública, e neste sentido, a iniciativa pretende fazer uma interface entre a saúde humana, saúde animal e ambiental.
E no tocante ao lixo hospitalar, a sua falta de gestão ou gestão inadequada apresenta-se, conforme a mesma fonte, como um problema em Cabo Verde em toda a sua cadeia, desde produção, transporte tratamento, e que precisam ser trabalhados e aprimorados.
“Porque ainda existem algumas doenças e outros problemas de saúde pública relacionados com os resíduos”, explicou Maria da Luz Lima, realçando a importância do treinamento de profissionais não só da saúde, mas, também das câmaras municipais e de estruturas privadas.
O trabalho, conforme a mesma fonte, está a ser feito juntamente com a Agência das Nações Unidas para a Defesa e Promoção dos Direitos das crianças (UNICEF) e com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e no sentido de que os formandos possam partilhar as experiências a nível dos seus municípios e permitir a melhoria da gestão do lixo hospitalar, mas, também de outros resíduos, também abrangidos pela formação.
Além do INSP, o curso é ministrado por formadores da Direcção Nacional do Ambiente, da Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS) e da Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS).
“Para dar a ideia de que os resíduos hospitalares têm que ter essa visão transversal, todos nós temos alguma responsabilidade”, advogou Maria da Luz Lima, para quem a responsabilidade deve ser partilhada pelo indivíduo, a família, a comunidade, os dirigentes local e nacional e ainda os organismos internacionais.
A formação, que acontece no Mindelo de hoje até dia 03, é a terceira sessão realizada, depois de uma primeira organizada, na Cidade da Praia, para os pontos focais da saúde a nível nacional, e uma segunda, no concelho do Tarrafal (Santiago), para a zona do Sotavento.
No caso do Mindelo, conta com a participação de cerca de 40 formandos de São Vicente, Santo Antão, São Nicolau, Sal e Boa Vista.
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