São Vicente: Governo vai reestruturar Delegação do ICCA para atender a outras situações de crianças em vulnerabilidade

A secretária de Estado de Inclusão Social anunciou esta segunda-feira, 30, que a Delegação do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) em São Vicente vai sofrer uma reestruturação para atender crianças com outros tipos de vulnerabilidades.

Lídia Lima teceu essas considerações à Inforpress, no Mindelo, na sequência de uma visita feita hoje às instalações do instituto e durante a qual disse ter constatado que os principais constrangimentos têm a ver com o estabelecimento, que precisa de uma “reestruturação profunda” em termos de equipamentos e também no espaço físico.

“Temos alguns espaços no ICCA que precisam ser reabilitados e que podem albergar futuros projetos para o colhimento de crianças e adolescentes em outras situações, diferentemente daquelas que estão ali neste momento”, justificou.

A intervenção, segundo a mesma fonte, deverá contar com a apoio da UNICEF, que tem uma delegação acompanhando a missão da secretária de Estado a São Vicente.

Por outro lado, o ICCA também será uma das instituições a beneficiar de um projeto, com o financiamento do Banco Mundial, cujo objetivo é ajudar a resolver o problema de crianças em situação de rua em São Vicente, mas, também nos concelhos de Sal, Boa Vista e Cidade da Praia.

“Neste momento precisamos de uma intervenção mais assertiva para erradicar o problema, mas, também prevenir o surgimento de outras situações e é neste sentido que vamos aproveitar toda a estrutura do ICCA e do Centro juvenil e criar outros projetos que possam responder a essas necessidades específicas”, explicou Lídia Lima.

O projeto, assegurou, terá as vertentes para acolher as crianças em situação de vulnerabilidade de risco e também de afetar psicólogos e outros profissionais de outras instituições, por exemplo, ligados à saúde, para trabalharem com essas crianças.

Nesta senda, continuou, as próprias oficinas do Centro Juvenil Nhô Djunga, centro incorporado atualmente no ICCA, deverão ter uma “dinâmica diferente” para dar respostas aos adolescentes que abandonam o sistema de ensino e os reencaminhar para a formação profissional, por exemplo em áreas como serralharia, carpintaria e eletricidade, algo que acontecia antigamente.

“Para além de resgatar aquilo que era feito antigamente, nós temos também de inovar em termos de respostas, porque agora temos adolescentes com hábitos e vícios diferentes, como o consumo da droga e do álcool”, advogou Lídia Lima, para quem a dependência do álcool e drogas está a “afetar drasticamente adolescentes das ilhas com mais turísticas e com mais população colocando em causa o sucesso escolar e o futuro destes”.

Por isso, que, segundo a mesma fonte, além destes dois organismos internacionais, vão querer contar com a colaboração de parceiros locais e nacionais, inclusive de empresas, por ser um problema que “exige junção de esforços”.

Lídia Lima visitou também nesta segunda-feira, o projeto “Bracinha”, implementado na zona de Iraque, bairro espontâneo surgido nas proximidades da lixeira municipal, que também será um dos beneficiados do projeto com o Banco Mundial.

Conforme a governante, o executivo pretende ter o projeto pronto até este final deste mês e começar a implementa-lo em Janeiro de 2024.

Na terça-feira, 31, a secretária de Estado da Inclusão Social tem ainda na sua agenda, em São Vicente, visitas a outras instituições sociais ligadas a crianças e um encontro com entidades/agentes que intervêm na área da proteção da infância e adolescência na ilha.

Já nos dias estará 02 e o3 de Novembros continuará a sua missão nos três concelhos de Santo Antão.

Inforpress

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