
Quarta-feira, 31 de Maio, 2023
A presidente do Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública (SINTCAP), Maria de Brito, considerou esta sexta-feira, 12, que os enfermeiros e outros técnicos de saúde, no Sal, estão a ser “maltratados” pelo que prometem “endurecer a luta”.
A sindicalista falava em conferência de imprensa para denunciar o atraso no pagamento de vários meses de salários, na presença de alguns enfermeiros que não quiseram, entretanto, dar a cara por medo de represálias.
Referindo que esses profissionais, alguns com quatro outros com dois meses de salário em atraso, “sem nenhuma explicação”, foram obrigados, segundo a mesma fonte, a assinar recibos, declarando terem recebido, antecipadamente, os salários de Março a Dezembro de 2023, sem sequer lhes terem sido pagos, ainda, Março e Abril deste ano em curso.
“Sabemos que há alguns deles cujo último salário pago data de Dezembro de 2022. Este grupo de profissionais foi contratado no início do corrente ano, com contratos de prestação de serviço, mas já tinham trabalhado no Ministério da Saúde com contratos a termo desde 2020”, apontou.
“Ajudando o país a fazer frente à pandemia da covid-19 e, em finais do ano passado, foram mandados para o desemprego, sem que tivessem direito a receber uma compensação”, censurou a sindicalista.
Segundo Maria de Brito, as denúncias não ficam só pelo atraso do pagamento dos salários, estando esses mesmos profissionais a ser colocados em escalas como os com contratos efectivos, laborando 12 e até 24 horas em cada turno.
“Sem receber as devidas horas extras ou velas como é chamado no sistema de saúde”, completou, avisando que caso os salários não forem pagos, “imediatamente”, a prestação de serviços será suspensa a partir de segunda-feira.
Maria de Brito aponta, por outro lado, a justeza de se adequar os horários dos profissionais em causa, de forma que não sejam obrigados a trabalhar 12 e 24 horas, já que, conforme disse, não lhes são pagas as velas como compensação pelo excedente da carga horária.
“É por demais evidente que as coisas não vão bem no ambiente laboral do Ministério de Saúde, pois são várias as reivindicações de todas classes, e em todo o país”, comentou, lamentando o facto de a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, “não se ter dignado” ouvir a classe de enfermeiros no Sal aquando da sua recente visita à ilha.
“Lamentamos dizer que desde Janeiro um grupo de sindicatos representativos dos profissionais de saúde estão insistindo com esta governante no sentido de uma audiência conjunta com ela sem sucessos, sem dizer que ela esteve de visita ao Sal, e sequer dignou-se a encontrar com os profissionais e muito menos com os sindicatos que os representam”, concluiu a sindicalista.
Inforpress