União de Estudantes Cabo-verdianos em Lisboa preocupada com fuga de quadros para outros países

A União de Estudantes Cabo-verdianos em Lisboa (UECL) está preocupada com a fuga de quadros de Cabo Verde para outros países e aponta algumas medidas que podem ser tomadas para ajudar a colmatar a situação.

À Inforpress, em Lisboa, o presidente da UECL, Edson da Veiga, explicou que há situação de estudantes que quando terminam a formação, por exemplo, em Portugal, que “não têm pretensão de regressar a Cabo Verde”, sugerindo que “é necessário, por parte de Cabo Verde, ter uma política de proximidade em relação com os estudantes, promovendo o arquipélago.

De acordo com esse dirigente, isso foi também uma preocupação que partilhou com o embaixador de Cabo Verde em Portugal, durante um encontro que tiveram, acreditando que uma das formas de evitar a fuga de quadros é “promover as ofertas que existem no País”.

“Muitas vezes temos quadros que não regressam a Cabo Verde por falta de informação ou porque temos um sistema que não está pronto para nos receber e também, por vezes, tem a ver com a questão de dar espaço aos quadros quando terminarem a formação no sentido de implementarem o que aprenderam”, considerou.

Edson da Veiga é ainda de opinião que quando as comitivas [governantes] vêm de Cabo Verde para Portugal ou outros países, deviam ter um papel “mais ativo” junto da comunidade estudantil, reunir e apresentar oportunidades e fazer parcerias com associações de estudantes, como uma forma de “ligação à terra”.

“Disponibilizamo-nos em ser o elo de ligação com as comitivas que vêm a Lisboa, para ajudar a chegar aos estudantes. Da parte da embaixada têm a mesma opinião e disseram que iam transmitir esta informação às autoridades de Cabo Verde”, disse, lembrando que o encontro com o embaixador serviu também para falar da saúde dos estudantes.

A UECL tem esta preocupação porque alguns estudantes têm chegado a Lisboa e não se inscrevem no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e uma “boa maioria” não fazem consultas regulares, alertando para a importância de dar atenção aos estudantes, sobretudo nesta fase pós pandemia.

“Temos recebido casos de estudantes que têm tido dificuldades em fazer a inscrição no SNS”, indicou, esclarecendo que no plano de atividade para este ano letivo, para o mês de Abril, a UECL tem a realização de uma feira de saúde, como forma de “motivar a comunidade a, pelo menos, fazerem um ‘check-up’ sobre o estado de saúde para evitar preocupações futuras”.

Neste ponto, Edson da Veiga contou que a embaixada de Cabo Verde já mostrou toda a abertura em apoiar na realização desta feira de saúde.

A União de Estudantes Cabo-verdianos em Lisboa foi criada a 22 de Outubro de 1998 e Edson da Veiga substituiu Ederlindo Fernandes como presidente da direção da UECL.

Inforpress

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