
Terça-feira, 28 de Março, 2023
Hernani Modesto, de 33 anos, estava entre os manifestantes que saíram nesta sexta-feira às ruas da capital do país para exigir melhores condições no país. Segundo este morador do bairro de Achada Santo António, “a vida dos cabo-verdianos não está bem” devido aos sucessivos aumentos dos produtos básicos, à falta do reajuste salarial, insegurança e desigualdade social”.
Hernani exige mais respeito para com os trabalhadores, bem como uma saúde digna para todos os cidadãos e sugere a criação de um fundo para ajudar os mais necessitados com as despesas da saúde.
A mesma fonte apela a uma maior participação dos cidadãos nas manifestações. No seu ponto de vista, a fraca ou pouca adesão das pessoas acaba por tirar a força de quem participa.
Após viver durante 25 anos na Bélgica, Paula Silva está de regresso à cidade da Praia e aderiu a manifestação para exigir mais dignidade humana.
“Todos os cabo-verdianos necessitam de ser tratados de forma mais humana. Há tratamentos desumanos por parte dos responsáveis da saúde e por parte de algumas empresas. As pessoas precisam ser transparentes nos serviços.”
Esta cabo-verdiana diz-se indignada com o salário mínimo atribuído em Cabo Verde, que segundo a mesma, não chega para pagar as contas de água e eletricidade e é agravado pela miséria e pobreza, por isso clama pelo fim da desigualdade social.
Indignado com a morte do jovem Djonny na Brava, Antton Linaza, de 33 anos, diz que “a questão da saúde é algo que caiu no esquecimento” e apela a uma rápida atuação por parte dos responsáveis. “É preciso melhorias e todos têm direito a uma saúde digna.”
O caso Amadeu Oliveira também foi abordado na manifestação. Maria da Luz, irmã do deputado que se encontra preso em São Vicente a aguardar julgamento, diz que a manifestação é uma forma de mostrar que há falta de justiça em Cabo Verde. “Nós exigimos a liberdade incondicional de Amadeu Oliveira”.
Segundo a mesma fonte, em Cabo Verde há muito a melhorar como por exemplo a saúde, educação e o acesso à habitação.
Acredita que a manifestação “não vai dar em nada”, mas enaltece a importância da união dos cidadãos em prol de melhorias.
“Cabo Verde necessita de uma mudança radical, há muito por mudar, desde a justiça, até os outros pontos, mas primeiramente acredita que é necessário mudar primeiro a consciência dos cabo-verdianos “, frisa.
Cátia Gonçalves/ estagiária
Site agregador de notícias e conteúdos próprios e de parceiros, com enfoque em Cabo Verde e na Diáspora, que quer contribuir para uma maior proximidade entre os cabo-verdianos.
+238 357 69 35
geral@balai.cv / comercial@balai.cv / editorial@balai.cv