Stadu di Nason: “Uma manifestação em prol de um país digno”, dizem os presentes

Várias foram as palavras de ordem das cerca de mil pessoas que marcaram hoje, dia 19, presença na manifestação Stadu di Nason, promovida pela rede das associações comunitárias e movimentos sociais da Praia (RACMS), mas todos pareceram unânimes em pedir "um país mais digno".

Hernani Modesto, de 33 anos, estava entre os manifestantes que saíram nesta sexta-feira às ruas da capital do país para exigir melhores condições no país. Segundo este morador do bairro de Achada Santo António, “a vida dos cabo-verdianos não está bem” devido aos sucessivos aumentos dos produtos básicos, à falta do reajuste salarial, insegurança e desigualdade social”.

Hernani exige mais respeito para com os trabalhadores, bem como uma saúde digna para todos os cidadãos e sugere a criação de um fundo para ajudar os mais necessitados com as despesas da saúde.

A mesma fonte apela a uma maior participação dos cidadãos nas manifestações. No seu ponto de vista, a fraca ou pouca adesão das pessoas acaba por tirar a força de quem participa.

Após viver durante 25 anos na Bélgica, Paula Silva está de regresso à cidade da Praia e aderiu a manifestação para exigir mais dignidade humana.

“Todos os cabo-verdianos necessitam de ser tratados de forma mais humana. Há tratamentos desumanos por parte dos responsáveis da saúde e por parte de algumas empresas. As pessoas precisam ser transparentes nos serviços.”

Esta cabo-verdiana diz-se indignada com o salário mínimo atribuído em Cabo Verde, que segundo a mesma, não chega para pagar as contas de água e eletricidade e é agravado pela miséria e pobreza, por isso clama pelo fim da desigualdade social.

Indignado com a morte do jovem Djonny na Brava, Antton Linaza, de 33 anos, diz que “a questão da saúde é algo que caiu no esquecimento” e apela a uma rápida atuação por parte dos responsáveis. “É preciso melhorias e todos têm direito a uma saúde digna.”

O caso Amadeu Oliveira também foi abordado na manifestação. Maria da Luz, irmã do deputado que se encontra preso em São Vicente a aguardar julgamento, diz que a manifestação é uma forma de mostrar que há falta de justiça em Cabo Verde. “Nós exigimos a liberdade incondicional de Amadeu Oliveira”.

Segundo a mesma fonte, em Cabo Verde há muito a melhorar como por exemplo a saúde, educação e o acesso à habitação.

Acredita que a manifestação “não vai dar em nada”, mas enaltece a importância da união dos cidadãos em prol de melhorias.

“Cabo Verde necessita de uma mudança radical, há muito por mudar, desde a justiça, até os outros pontos, mas primeiramente acredita que é necessário mudar primeiro a consciência dos cabo-verdianos “, frisa.

Cátia Gonçalves/ estagiária

 

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