
Sexta-feira, 31 de Março, 2023
O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, afirmou hoje, em São Salvador do Mundo, que a democracia cabo-verdiana “tem falhas mas está a crescer e tende a consolidar-se”.
A afirmação foi feita em declarações à imprensa, à margem de um encontro com militantes, realizada pela Comissão Política Regional (CPR) do PAICV em Santiago Norte, onde este dirigente político centrou a sua intervenção no dia 19 de Fevereiro de 1990, data referenciada por aquela força política como a que marca a abertura para o pluripartidarismo em Cabo Verde.
Segundo o líder do PAICV, que saudou, a partir de São Salvador do Mundo (Picos), o dia 19 de Fevereiro de 1990, dia do anúncio ao País da abertura política ao multipartidarismo, Cabo Verde tem “uma democracia que é referenciada como uma democracia com falhas, mas, com potencial para crescer e tornar-se numa democracia plena”.
“Valeu a pena ter aberto o País ao regime pluripartidário. Temos uma democracia com falhas, mas, que está a crescer e tende a consolidar-se”, concretizou.
Para “suprir” estas falhas na democracia cabo-verdiana, Semedo notou que a nível nacional precisa-se de “mais dialogo”, de instituições mais robustas, de respeito pelas instituições, de maior entendimento, de maior transparência, de maior participação do povo, de um Governo com maior cumplicidade e maior abertura para o dialogo social a nível do País, de maior justiça, de mais segurança, de mais emprego e de melhor qualidade de vida para população.
“Valeu a pena [a abertura para o pluripartidarismo] e acreditamos que somos capazes ainda de conseguir uma democracia mais desenvolvida e ter uma democracia que vai responder às necessidades e às expectativas da população”, vaticinou com a presidente da CPR do PAICV em Santiago Norte, Carla Carvalho, e outros dirigente deste partido da oposição a seu lado.
Por outro lado, Rui Semedo lembrou que foi a partir de 19 de Fevereiro de 1990 que se iniciou o processo, que considerou do ponto de vista do partido que dirige “fecundo para a transição para a democracia pluripartidária em Cabo Verde”.
“(…) Foi a partir daí que começou o movimento para o surgimento de novos partidos em Cabo Verde e que conduziu o País às primeiras eleições livres, democráticas, pluripartidárias e universais (…). Se analisarmos as bases da construção da nossa democracia pluripartidária temos esta data e este marco como referencia principal”, insistiu.
Além do encontro com os militantes, numa das salas de aula da Escola Secundária Carlos Alberto Gonçalves, em Achada Leitão (Picos), o líder do PAICV acompanhado dos dirigentes do seu partido em Santiago Norte manteve contactos com a população para se inteirar da situação sociopolítica e económica desse município santiaguense.
A propósito da situação socioeconómica de Picos, notou que é a mesma do que se vive um pouco a nível nacional, ou seja, com aumento de nível da pobreza por causa das crises, do aumento de preços dos produtos, do aumento do custo de vida, da diminuição drástica do emprego com diminuição do rendimento das pessoas.
“A situação dos Picos não é boa e esperamos que o Governo volte a sua atenção para acudir as pessoas e as famílias, para melhorar a sua condição de rendimentos, para lhes dar acesso ao emprego, aos bens essenciais com qualidade, como a água, a alimentação, a saúde e a educação, e para melhorar as suas condições de habitação e habitabilidade”, exortou o líder do PAICV.
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