UCID no Sal preocupada com situação do saneamento no município

O vice-presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID – oposição) Aldirley Gomes manifestou-se hoje preocupado com a situação do saneamento na ilha do Sal, acautelando que saneamento não se resume à recolha e queima do lixo.

Aldirley Gomes fez essas considerações durante uma conferência de imprensa convocada para abordar a temática, com foco na ilha do Sal.

“O saneamento não se resume à recolha e queima do lixo seja ele de que natureza for. A situação da lixeira do Morrinho de Carvão é de todos conhecida”, advertiu, apontando que a lixeira está sendo consumida por um incêndio de “dimensões consideráveis”, há cerca de três dias.

“Não é aceitável que a ilha do Sal não tenha, até hoje, uma estratégia clara e moderna para abordar esta problemática. Uma ilha turística que produz toneladas de lixo, mais de 60% proveniente do sector hoteleiro”, comentou, questionando, em tom de ironia, como é possível que a “galinha dos ovos de ouro” não consiga disponibilizar recursos para direcionar o lixo que produz.

“O último empreendimento licenciado vai produzir mais 28 toneladas de lixo por dia na ilha do Sal. Se a diretiva de investimentos continuar seguindo na mesma direcção, até quando vamos continuar podendo apenas queimar o lixo?”, argumentou, em tom de preocupação.

Analisando os problemas de recolha, separação, deposição e tratamento do lixo na ilha turística, a mesma fonte disse não compreender, porque é que as receitas do Fundo do Ambiente vão ser consignadas à asfaltagem das artérias das cidades de Espargos e de Santa Maria.

“Numa operação em que só de juros vai pagar cerca de 92 mil contos”, observou, perguntando, ao mesmo tempo, como está a cobrança da taxa do lixo no sector hoteleiro e qual o destino dado a estas receitas.

“A questão do lixo pode e deve ser abordada sobre a perspetiva das parcerias público-privadas, envolvendo os próprios estabelecimentos na resolução do problema que ajudam a criar”, aventou, referindo que esta oportunidade só pode ser aproveitada pela iniciativa de uma liderança municipal “forte, autónoma e comprometida com os cidadãos e com a ilha do Sal”.

 

Inforpress/Fim

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