Ulisses Correia e Silva defende boa governança como um dos maiores ativos do país

O presidente do Movimento para a Democracia (MpD) e Internacional Democrática do Centro (IDC) África defendeu hoje, em Lisboa, que a boa governança e os baixos riscos reputacionais relacionados com a corrupção sãos os maiores activos do País.

Ulisses Correia e Silva defendeu essa posição na conferência da IDC África, que decorre durante todo o dia de hoje sobre o tema “Democracia em África”, promovida pela IDC e que reúne dezenas de partidos políticos na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

“Em Cabo Verde quando comemoramos o Dia da Liberdade e da Democracia fazemos questão de reafirmar que a boa governança e os baixos riscos reputacionais relacionados com a corrupção são os maiores ativos do País e são fundamentais para a confiança dos cidadãos, os investidores, das organizações sociais e internacionais”, disse o presidente do partido que sustenta o Governo.

O primeiro-ministro sublinhou que é esse o motivo por que o seu Governo coloca a boa governança e a transparência como uma prioridade alta das políticas públicas, sustentado, no entanto, que a pobreza é uma condicionante evidente à liberdade que pode reverter a democracia.

Por outro lado, lembrou que em África, por exemplo, existem muitas publicações sobre os atores e promotores da luta de libertação, o que não critica, mas acha estranho que haja poucas publicações sobre os promotores da democracia em África.

Ulisses Correia e Silva entendeu que o mundo tem enfrentado várias crises, desde a pandemia da covid-19, até a guerra na Ucrânia, que tem tido “impactos globais” na sustentabilidade do planeta, no crescimento económico, a segurança sanitária, na segurança alimentar, na pobreza, na paz e na segurança.

Conforme ele, em muitos países de África ou senão, em todos, têm estado a “sofrer fortemente esses impactos”, que são “terrenos férteis que ameaçam a democracia, para o populismo e para o extremismo”, sublinhando que “as incertezas, o medo e as dificuldades das pessoas criam ambientes favoráveis para tipos de investidas não democráticas”.

Na sua intervenção, Ulisses Correia e Silva fez uma “viagem” pela história da democracia cabo-verdiana, falou da abertura política com as eleições de 13 de Janeiro de 1991 e da aprovação da Constituição da República a 25 de Setembro de 1992, lembrando que Cabo Verde é hoje classificado como uma das “melhores democracias” em África em vários aspectos.

O presidente do MpD fez-se acompanhar nesse encontro, da ministra de Estado e da Defesa Nacional, Janine Lélis, na qualidade da vice-presidente do MpD, e do secretário-geral do partido, Luís Carlos Silva.

Nessa reunião estão presentes diversos dirigentes dos partidos que compõem a IDC Internacional e IDC África, vários dos quais chefes de Estado e de Governo, como o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e presidente da ADI (no poder), Patrice Trovoada.

O presidente da UNITA, principal partido da oposição angolana, Adalberto Costa Júnior, o presidente da principal formação da oposição em Moçambique, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, e o secretário-geral do partido marroquino Istiqlal, Nizar Baraka, também estão presentes no encontro.

O presidente da IDC Internacional e ex-Presidente da República da Colômbia Andrés Pastrana, bem como diversos dirigentes de partidos da Guiné-Conacri, Burkina Faso, Madagáscar, Somália, e especialistas de assuntos políticos e de segurança de Espanha, França, Hungria e Reino Unido, participam também na reunião.

O evento deve ainda contar com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

Inforpress

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