
Sexta-feira, 9 de Junho, 2023
Sob a Pele (2014)
Jonathan Glazer
Quem for atrás da espectacularidade, da pirotecnia intergaláxica e das perseguições circenses que costumam fazer parte dos filmes de ficção científica que versam sobre alienígenas, pode se ir preparando para se desiludir a valer com a calma e seriedade com a qual esta película é conduzida.
As sinopses e as imagens que venderam o filme são bem culpadas dessa possível desilusão. Mas também não chega a haver tanto hermetismo e nem tantas alegorias quanto isso. O seu lado não ortodoxo está na meticulosidade das filmagens com penumbras e negrumes constantes, uma mudez quase plena, com uma capacidade auspiciosa de criar especulações e interesse analítico..
A entrevista (2014)
De Jonathan Alcorn
Trata-se do filme-batata-quente que andou nas bocas do mundo nos finais de 2014, por conta do marketing involuntário que uns piratas cibernautas revoltados com “a brincadeira de mau gosto” causaram ao divulgarem o filme, o guião (entre outros dados de outras películas da distribuidora Sony), e não satisfeitos, ameaçaram ataque terrorista às salas de cinema que ousassem exibir a longa.
Este escabeche todo por causa de uma comédia “bromance” com verborreia escatológica e piadas de genitálias, que tem como apêndice narrativo a controversa saga de um jornalista de um reality show e seu produtor que conseguem uma entrevista exclusiva com o líder norte-coreano Kim-Jong-Un, e em favor da ocasião, a CIA incumbi-os de o assassinar.
O filme atinge alguma perspicuidade pela acutilante ridicularização da figura do ditador e do seu teatro da austeridade; tem gags verdadeiramente hilariantes, e faz tanta piada de tudo e mais alguma coisa, que consegue se criticar a si mesmo e à envernizada declaração de patriarquismo prepotente americano e a sua muito comum autodeclararação de nação hegemónica e altruísta (que no final da história é a mensagenzinha do filme.)
Get on up (2014)
Tate Tayler
Cinebiografia do padrinho do funk-soul music, James Brow, que aparece numa embalagem de fragmentos desconjuntados e selectivos, que não são inconsistentes, mas que se encerram com pouca profundidade e nem mesmo Chadwick Boseman que se esforça muito do inicio ao fim para manter as pontas soltas, as consegue consturar.
Os 3 idiotas (2009)
Rajkumar Hirani
Um dos maiores hits de Bollywood, ou melhor dizendo uma das mais rentáveis, populares e premiadas produções do cinema indiano.
Como a maior parte dos filmes desta produtora, os 3 idiotas é uma salada genológica: consegue uma rápida inversão de drama à acção, de riso ao choro, no meio de fotografias exóticas, musichalls, e muita, muita sessão de moralismo.
Uma história light, à la conto de fadas, cheio de perlimpimpim e que tem com pano de fundo o retracto de um dos temas mais polémicos da India contemporânea que é o suicídio de jovens por pressão paterna e estudantil. Tem o seu público-alvo bem definido, mas facilmente pode agradar a quem apenas queira descontrair por alguns horas.
Magia ao Luar (2014)
Woody Allen
Será a velha profecia de que com o tempo há certos realizadores que viram paródia de si mesmos? Um argumento cheio de aborrecimento e demasiado mastigado, com muita enfadonhice de quem é fake e quem não é, que dá vez a uma farsa romântica, bem insossa por sinal, entre um ilusionista de palcos e uma vidente-médium.
Nos jogos de desmascaramentos, do conflito entre o misticismo e o racionalismo, safam-se os sets de Côte d’Azur, os figurinos e a trilha sonora que cumprem bem a representação dos finais dos anos 20. Ah!, e a carismática Emma Stone!
School Dance (2014)
Nick Cannon
Parece que os denominadores comuns da maioria dos filmes de ou que versam sobre a chamada “dança urbana” são: o execrável script, a confessa contaminação de lugares-comuns, o péssimo cast de actores-dançarinos e a assoberbada dose de sensacionalismo barato.
School Dance é um besteirol de ordinarice e panfletário da juventude “cool” e “in” que se redefine no termo “jerk” um género de dança e música onde reina a obscenidade em muito mau tom, mesmo!
Art-(v)-ista cabo-verdiano e produtor cultural multidisciplinar. Dissidente. Criador de Futuros.
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