
Sábado, 3 de Junho, 2023
Tanto se diz, escreve, disserta, especula e fantasia sobre o mais sublime dos sentimentos, aquele em nome do qual nascemos e pelo qual passamos o resto da vida a batalhar. Ainda assim, dificilmente saberemos tudo sobre ele, isto porque a sua intangibilidade o torna um tópico infinito na sua própria essência.
Amar e ser amado é o propósito maior da existência humana, a razão pela qual nos é concedida a vida e pela qual devemos ser eternamente gratos. Amar é, portanto, inerente à nossa própria condição, algo tão natural como qualquer outra necessidade fisiológica primária. No seu âmago, conceber a vida é o mais puro ato de amor, em que os laços que unem o criador e a criatura são indissociáveis, insolúveis, insubstituíveis. Basta presenciarmos um parto para termos a confirmação que precisamos para estar em paz com esta realidade.
Ora, se o amor é vida e a vida é amor, porque não amamos mais, porque não damos mais amor, porque não recebemos mais amor, porque não fazemos mais pelo amor, porque não vivemos mais em amor? Se o amor é assim tão natural, porque renegamos essa natureza, relegando-o a um plano menor da existência? Porque demonstramos cada vez mais dificuldade – resistência mesmo – em amar, em reconhecer que é a única forma de estar que dá sentido à vida? Porque não assumimos de uma vez por todas que só o amor importa?
No outro dia, a propósito do conflito armado que há quase um ano assola o leste europeu, Pedro Chagas Freitas, um autor que adoro, escreveu o seguinte: “Só faz guerra quem não sabe fazer amor!” De facto, onde ausenta o amor, impera a maldade, o ódio, o rancor, a intriga, a discórdia, a violência, a dor e a bestialidade, no fundo, a inumanidade.
Admita-se ou não, e acredita que há muita gente que faz questão de se opor a tal constatação, todos precisamos de amor. Todos precisamos sentir que somos merecedores de afeto, admiração, cuidado e respeito. Que necessitamos que nos queiram e desejem bem, que nos deem atenção, que cuidem de nós, que se importem connosco, ou seja, que nos amem.
O amor é mágico. Só ele, e tão somente ele, é capaz de curar, perdoar, proteger, incentivar, superar, acrescentar, enaltecer, extasiar, abençoar, dignificar. Por isso, não há que temê-lo, desmerecê-lo, renegá-lo ou dar-lhe as costas. Há que senti-lo, aceita-lo, aproxima-lo, abraça-lo, vivencia-lo, partilha-lo.
Desejo de todo o coração que te inspires na energia do São Valentim e te deixes contagiar pela magia do amor. Que te disponibilizes para amar. Que descubras forma de seres e dares amor. Que encontres coragem para abrires o coração ao amor. Que arranjes meio de trazeres (mais) amor para a tua vida. Acredita em mim, se o fizeres, o final feliz que tanto tens procurado chegará bem mais depressa do que imaginas.
Que o amor esteja contigo e que tu estejas com o amor. Feliz Dia dos Namorados!
* *
Artigo originalmente publicado no blog Ainda Solteira, em 7 de junho de 2016.
"Radicada em Lisboa, é blogger, cronista, inspiring talker, cupido profissional, organizadora de eventos e tudo o mais que a desafiar. Por gostar de ser/estar feliz, a sua escrita é recheada de humor e positividade, com uma pitada de sarcasmo pelo meio".