O presidente do conselho de administração da Naviera Armas, uma das duas empresas que garante as ligações marítimas entre aquelas ilhas, admitiu à Lusa que se a procura estiver ao nível do período de Páscoa de 2022, o navio “Nôs Farry Mar d’Canal” fará uma viagem extra, além das duas diárias que realiza.

“No ano passado foi preciso fazer uma viagem extra e este ano iremos fazer primeiro sondagens para perceber se vale a pena uma viagem extra na semana da Páscoa entre as duas ilhas”, considerou Valdemiro Ferreira, que há um ano conseguiu licenciar, depois de remodelação, o único navio da companhia, com capacidade para transportar 450 passageiros e 40 viaturas.

A ligação entre as ilhas de São Vicente e de Santo Antão é a mais movimentada de Cabo Verde, com 70% dos passageiros de todo o país.

Jorge Maurício, presidente do conselho de administração da CV Interilhas, concessionária do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga em Cabo Verde, explicou à Lusa que normalmente a empresa prepara-se para os grandes eventos do país, sejam culturais, festas e romarias, eventos desportivos ou festivais, dada a necessidade de movimentação entre ilhas.

Para a primeira semana de abril, a CV Interilhas, do grupo português ETE, já programou uma viagem extra, à semelhança do ano anterior na altura da Páscoa, tendo como perspetiva o aumento de número de passageiros transportados entre as duas ilhas.

“Para dar um exemplo, no ano passado, só na semana da Páscoa, foram transportados mais de 3.600 passageiros. Isto demonstra também o movimento que há entre as duas ilhas”, apontou Jorge Maurício, acrescentando que numa semana normal a empresa transporta menos de metade desses passageiros.

A companhia pretende associar-se a um evento na ilha de Santo Antão, com pacotes para promover o programa de Páscoa, que no período que antecede envolve as visitas a Santo Antão e o percurso contrário após aquela data, em direção a São Vicente, sendo as duas ilhas profundamente religiosas e interdependentes economicamente.

Neste momento, recorrendo ao navio “Chiquinho BL”, adquirido especificamente para aquele trajeto pela empresa e com capacidade para 430 passageiros e 55 viaturas, a CV Interilhas realiza duas viagens diárias em casa sentido.

“Esperamos um movimento maior este ano, porque nos dois últimos anos também não foi muito fácil por causa da pandemia, das crises sucessivas. Muita gente evitou viajar, por não querer arriscar e esperamos este ano um movimento ainda maior, entre 4.000 a 4.500 pessoas, eventualmente”, admitiu Jorge Maurício.

Lusa