Administradora da FIC apela por apoio estatal para que seja possível expandir a feira para outras ilhas

Depois da última edição em São Vicente, arrancou hoje, 15, na cidade da Praia a 26.ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC) sob o lema “Transformar dificuldades em desafios” contando com a participação de mais de uma centena de empresas nacionais e internacionais distribuídas em cerca de 250 stands.

No seu discurso de abertura, a administradora da Feira Internacional de Cabo Verde, Angélica Fortes, apelou ao Governo para que se façam mais investimentos nas instalações onde as feiras acontecem e para que se concretizem apoios financeiros com o propósito de levar a FIC a todas ilhas e concelhos do país.

“A FIC tem recebido muito pouco subsídio do Estado, mas não deixa de ser uma instituição de fomento empresarial, um órgão catalisador da economia cuja viabilidade não pode ser avaliada no campo meramente financeiro.”

A administradora sublinhou que investir na feira é investir no desenvolvimento económico. “O meu apelo é um apelo em nome de todos os expositores da FIC, mas não só, é para os que vêm para FIC para que encontrem um lugar seguro, sem problemas com o estacionamento de viaturas, que é um dos maiores fatores de sucesso da realização da FIC neste espaço.”

Para finalizar o seu discurso à margem da abertura da FIC, Angélica Fortes afirmou que a FIC está bem preparada para fazer feiras em todas as ilhas onde seja possível desembarcar contentores sem constrangimentos.

“África é um continente de oportunidades”

O ato de abertura contou com a participação do vice-primeiro-ministro e ministro do Fomento Empresarial, Olavo Correia, que convidou os empresários presentes na feira a explorarem novas áreas em Cabo Verde principalmente nos setores da energia, da economia azul, da agricultura, das indústrias criativas, da saúde, da logística e distribuição e da economia digital.

“A África é um continente de oportunidades, sim, oportunidades, à espera de serem aproveitadas. Posso aqui citar, por exemplo, a análise do Moody’s sobre as taxas de incumprimento das infra estruturas globais, que mostra que o continente africano está melhor classificado, por exemplo, do que a Ásia ou mesmo a América Latina.”

O vice-primeiro-ministro salientou que a FIC tem sido um ponto de viragem excecional para explorar oportunidades e para conseguir a sua inserção enquanto mercado africano e global.

“Espero que este ano a FIC seja o início de uma nova colaboração entre instituições financeiras, empresas, governo, municípios, para acelerar o crescimento e o desenvolvimento de Cabo Verde”, concluiu.

O presidente do conselho de administração, PCA, da FIC, Marcos Rodrigues, que esteve presente no ato de abertura da feira, também apelou ao governo para que invista mais na FIC de modo a fazer com que a feira seja realizada com melhores condições.

“O meu apelo é para o Estado, para que invistam na feira internacional de Cabo Verde, pois só existe um país desenvolvido quando é um país de negócios.”

“Só podemos construir um país digno quando a partilha é feita de forma digna, em que o Estado leva a sua parte, os empresários ficam com a sua e que os empregados sejam devidamente bem remunerados”, conclui.

Já o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, que presidiu a abertura da FIC, sublinhou que a edilidade está sempre aberta a ajudar os empresários em tudo que precisam.

“Se pudermos ajudar, queremos ajudar, queremos juntamente com os empresários e a organização identificar os obstáculos e barreiras”, afirmou o edil que se mostrou satisfeito com o aumento de participantes na feira.

A Feira Internacional de Cabo Verde (FIC) 2023 acontece de 15 a 18 de Novembro, na cidade da Praia e este ano conta com a participação de 110 empresas, em representação do país, mas também de Portugal, França, Brasil e Estados Unidos.

Leinira Furtado/ Estagiária